Sem dar trégua na pressão causada pelas altas dos preços dos alimentos, a inflação do ministro-banqueiro da Economia Paulo Guedes continua a castigar o povo brasileiro. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,67% no mês de junho, superando o índice de maio, de 0,47%. É o maior numero para junho desde 2018, quando o IPCA bateu 1,26%. Com isso, no acumulado de 12 meses, o IPCA já registra um crescimento de 11,89%. Só neste ano, o índice aponta aumento de 5,49%.
O desastre inflacionário de Guedes, um dos responsáveis pelo endividamento das famílias, hoje na casa dos 77%, continua a manter o IPCA distante da meta do Banco Central para 2022, um cada vez mais improvável índice de 3,5%, mesmo considerando a margem de tolerância de 1,5% percentual para mais ou para menos.
“Mais de 77% das famílias brasileiras estão endividadas, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC). É o maior índice desde 2010. As mais pobres são as mais atingidas. Entre as causas estão: alta inflação, taxa de juros, orçamento pressionado. A crise é enorme”, denunciou o senador Paulo Paim (PT-RS), pelo Twitter.
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Como o governo não tem nenhuma política de controle de estoques e regulação de preços, os alimentos seguem puxando as altas inflacionárias. O grupo de alimentação e bebidas sozinho disparou 0,8% em junho. Segundo o IBGE, a categoria reponde sozinha por 21,26% na média da inflação e, apesar de outros grupos registrarem altas mais expressivas, os alimentos pesam pelo fato de integrarem a maior parte dos gastos das famílias.
Ainda de acordo o instituto, o aumento de 2,99% nos planos de saúde também pesou no resultado, depois que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) liberou um reajuste abusivo de 15,5% nos planos individuais. Além disso, nenhum grupo ficou de fora das altas, em maior ou menor medida.
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Parcelamento de comida no cartão
“O consumidor está empurrando para depois o pagamento de comida. O supermercado é a última coisa que as pessoas passam no cartão. Está ficando um pouco assustador”, declarou ao UOL o economista e especialista em gestão de supermercados, Leandro Rosadas.
A agência destacou em reportagem que cada vez mais os brasileiros estão parcelando compras nos supermercados no cartão de crédito. O depoimento do arquiteto Marcelo da Silva, é particularmente estarrecedor. O profissional, que está desempregado e vive de bicos, deve entre R$ 20 e R$ 25 mil no cartão.
“Meus cartões de crédito viraram uma segunda renda. Estou pagando tudo que eu posso neles”, relatou Silva. “Eu parcelo tudo e vou esperando, contando com a sorte e me virando como posso. Há um mercado em que costumo fazer compras que parcela em três vezes. Quando vou a algum que não aceita, eu parcelo o pagamento da fatura do cartão depois”, revelou o rapaz de 27 anos.
Da Redação, com UOL