A inflação nas alturas de Guedes: almoço fora de casa dispara 17,4%

Povo paga em média R$ 40,64 por uma refeição completa. O popular PF custa R$ 31 e o quilo à la carte chega a R$ 65, aponta Pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT)

Roberto Parizotti

Bolsonaro submete brasileiros à fome

O povo brasileiro continua a sofrer com a carestia no país. Com a inflação nas alturas, encabeçada por Bolsonaro e Paulo Guedes, almoçar fora de casa ficou 17,4% mais caro para as trabalhadoras e trabalhadores brasileiros.

Um levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) aponta que uma refeição completa não sai por menos de R$ 40,64 em média.

A conta pesa no bolso em média R$ 894,08 por mês, o que correspondia, de fevereiro a abril deste ano, a mais de um terço (35%) do salário médio no país.

Antes da pandemia, o custo de um prato com comida, bebida, sobremesa e café era de R$ 34,62.

Carestia de alimentos

Conforme a diretora–executiva da ABBT, Jessica Srour, nos últimos meses, não foi somente a carestia de alimentos que impactou os bares e restaurantes do país, mas também outros custos de operação como aluguel e valores mais altos da conta de luz. Nesta semana, a luz elétrica aumentou em 12% no estado de São Paulo.

A pesquisa foi realizada em 51 cidades brasileiras e envolveu restaurantes, bares, lanchonetes e padarias de 22 estados e do Distrito Federal.

Refeições analisadas

Entre os quatro tipos de refeição analisadas pela pesquisa, o serviço mais caro fica por conta do almoço à la carte, que custa em média R$ 64,83. O prato popular, conhecido como prato feito, está na média de R$ 30,59.

As outras duas opções pesquisadas foram autosserviço (self service) e refeição executiva. Os preços médios alcançaram R$ 35,91 e R$ 50,23, respectivamente.

Almoço na região Sudeste é o mais caro

Entre as regiões do país, a Sudeste é a mais cara para se almoçar fora, com preço médio de R$ 42,83 por refeição. Em seguida, vem a região Nordeste.

De acordo com o levantamento da ABBT, o menor preço para a refeição completa é encontrado em Goiânia, no valor de R$ 27,94.

Maior prejuízo

A inflação dos alimentos e das bebidas é a causa do maior prejuízo de bares e restaurantes do Brasil, além de dívidas bancárias. Entre os estabelecimentos nessa situação, 75% citaram o aumento dos principais insumos como fator que contribuiu para o resultado negativo.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) realizou um levantamento entre 21 e 28 de junho com 1.689 bares e restaurantes, e pelo menos 29% declaram prejuízo.

Além dos alimentos e bebidas, foram citados queda nas vendas (63%), redução no número de clientes (58%), dívidas com empréstimos bancários (54%) e dívidas com impostos (49%).

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, afirma que a inflação do setor está em torno de 16%, acima da média acumulada de 12% nos últimos 12 meses.

“A inflação pega todo mundo, do estabelecimento ao consumidor. Os estabelecimentos só conseguiram repassar 6,3% deste custo”.

Dívidas

Os empréstimos também pesam no bolso das microempresas, que carregam dívidas bancárias mês a mês. Entre os pesquisados, 69% têm dívidas com os bancos, sendo que 67% adquiriram a dívida diretamente com os bancos e 59% pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Dos bares e restaurantes que fizeram empréstimos de linhas regulares, 26% têm parcelas em atraso, contra 13% que estão em atraso com parcelas do Pronampe.

O pagamento de dívidas bancárias comprometeu 13,6% do custo mensal dos estabelecimentos, em média, e tem gerado atraso em impostos.

“As empresas estão fechando a conta deixando de pagar impostos, o que gera uma bola de neve”, alerta Solmucci.

Da Redação, com informações da Folha de S. Paulo e Valor Econômico

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