A falta de dados sobre a evolução da variante Ômicron da Covid-19 no Brasil preocupa a Organização Mundial da Saúde (OMS). Técnicos e cientistas acreditam que a ausência de informações sobre a evolução da variante possa levar o país à nova fase de crise sanitária.
De acordo com a OMS, foram registrados 9,5 milhões de casos de Covid-19 no mundo, na semana de 2 de janeiro. O número recorde deve ser superado pelos registros obtidos na semana que terminou neste fim de semana.
Sem informações do governo de Bolsonaro, a agência com sede em Genebra teme impacto nos países vizinhos.
“Há uma sensação de que o Brasil está voando no escuro”, alerta um dos cientistas na OMS.
Conforme o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, o volume de quase 10 milhões na semana passada é apenas parte da história e há uma constatação de que a subnotificação é importante.
A coordenadora do Setorial Nacional de Saúde do Partido dos Trabalhadores (PT), Eliane Cruz, critica a falta de proteção da vida dos brasileiros diante da irresponsabilidade de Bolsonaro e do ministro da Saúde.
“Bolsonaro e Queiroga sequestram dados sobre a saúde do povo brasileiro. Deixam nosso país, mais uma vez, sem informações para planejamento e proteção da vida. Será necessária reparação desse quadro sombrio”, ressalta.
Importância da testagem
Fazer o teste continua sendo ponto fundamental para o combate à pandemia, segundo técnicos e cientistas da OMS.
Hoje, conforme o site World in Data, o Brasil é o país da América do Sul que menos testa entre os governos que revelam seus números. Em uma semana, foi registrado 0,23 teste da doença por 1 mil pessoas. Na Argentina, a taxa superou 2 testes por mil pessoas.
Contabilizando desde o início da pandemia, o site Statista aponta que 63 milhões de testes foram realizados no Brasil, menos de 10% dos 813 milhões de testes nos EUA e inferior ao volume de exames na Espanha, país com a população do estado de São Paulo.
Terceiro com mais mortes
O Brasil é o terceiro local com mais mortes no mundo. O apagão de dados da Covid-19 o fez desaparecer das tabelas da OMS.
Na avaliação dos especialistas da agência, sem monitoramento adequado da variante no Brasil é impossível obter uma estimativa adequada do impacto da pandemia e planejar medidas para combater as contaminações e minimizar o impacto na economia.
Da Redação, com informações do UOL