O Brasil precisa de eleições diretas e um governo legítimo. Só assim conseguirá sair de suas crises política e econômica. As declarações são do economista, ex-ministro e um dos fundadores do PSDB, Luiz Carlos Bresser Pereira, em entrevista à TV247 nesta sexta-feira (16).
“O Brasil precisa da renúncia de Temer e das diretas já. O Brasil não resolve sua crise política e econômica enquanto não houver uma eleição e nós tivermos um governo legítimo. O Brasil é uma democracia e o que está aí não é uma democracia”, disse Bresser Pereira.
Um dos maiores críticos do processo de impeachment que afastou Dilma Rousseff da presidência, para ele um “golpe parlamentar”, as “pedaladas fiscais foram mera desculpa” para tirar Dilma. Os motivos, segundo ele, passavam por ela ser de esquerda, por ser do PT e assim eles (as elites) não a dominavam e também por ter sido incompetente na gestão da economia.
Sobre a Lava Jato, o ex-ministro acredita que “os vazamentos fazem parte do jogo” da investigação. “Para ela ser bem-sucedida, ela precisa de apoio da população, e para isso ela precisa vazar todas as informações, precisa que um procurador mostre um gráfico ridículo sobre a corrupção, que naquele caso era do Lula… eles querem moralizar o Brasil num dia”, afirma. Sua opinião sobre o juiz Sérgio Moro: “está imbuído de uma visão robesperriana, radical, que vai restabelecer a moral em um dia”.
Fico me perguntando o que é pior pro Brasil, se o impeachment ou a Lava Jato”
O cenário atual, para Bresser Pereira, de grande crise no Executivo e no Legislativo, deu ao Judiciário muito poder. “O Judiciário ganhou força, virou o poder perfeito”, diz, com ironia. “Mas não é nada disso, ele também tem suas corrupções”.
Para o ex-tucano, os golpistas “estão descobrindo que foram enganados”. Ele faz duras críticas à Reforma da Previdência de Michel Temer: “É draconiana, quer fazer a coisa muito rapidamente”.
Bresser Pereira diz ainda que “não faz sentido nenhum” o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso assumir a presidência no lugar de Temer em caso de eleição indireta. “Ele já disse que não aceita e acho que não deve aceitar mesmo”, diz. E concorda com a tese de que a perseguição contra o ex-presidente Lula tem o intuito de tirá-lo das eleições. “Eu acho que realmente o que se quer é inviabilizar o Lula. Porque ele é o líder político mais importante que sugeriu no Brasil desde Getúlio Vargas”.
Do Brasil 247