Senadores e deputados do PT, PCdoB, Psol, PSB, PMDB e PSL, acompanhados de dirigentes sindicais e de movimentos sociais, lançaram nesta segunda-feira (2), no Rio de Janeiro, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional.
Presidida pelo senador Roberto Requião (PMDB), a frente atua em defesa da soberania do país, ameaçada diariamente pelo governo golpista que está vendendo os recursos naturais e riquezas do país e, por outro lado, cassando direitos do povo brasileiro.
Estiveram presentes no ato a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, o secretário-geral da Frente Parlamentar, deputado Patrus Ananias (PT), as deputadas Jandira Feghalli (PCdoB), Benedita da Silva (PT), os deputados Wadih Damous (PT), Glauber Braga (PSL), Chico Alencar (Psol) e Celso Pansera (PMDB). O ex-ministro das Relações Exteriores de Lula Celso Amorim e o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Roberto Amaral.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, conclamou a população para tomar as ruas, como forma de resistir ao avanço neoliberal e entreguista do governo golpista. “Estão conseguindo desmoronar todas as nossas conquistas. Eles estão retirando os direitos do povo. Para eles é fácil entregar a Petrobras, a Eletrobras, pois se o deles estiver salvo tudo bem”, declarou a presidenta que classifica esse período como “tempos de trevas”.
Gleisi alerta para outros pontos do golpe do capital que vão além das privatizações e da entrega de nossas riquezas. Para ela, o golpe se consolida a partir do momento que o povo volta para fome e perde a dignidade.
“Não existe soberania nacional sem soberania popular que perpassa por um povo com condições dignas de vida. Tomar as ruas ajuda a resistência e ajuda a trazer à consciência da população o que está acontecendo”, declarou a dirigente.
O presidente da Frente, senador Roberto Requião (PMDB), cita três pontos que mostram a contraofensiva do capital no Brasil. Primeiro passo, de acordo com ele, é reduzir o estado a um estado policial, que sirva apenas para conter a revolta do povo.
O segundo ponto dessa ofensiva é o capital financeiro se sobrepondo ao processo eleitoral. E depois a precarização do trabalhador, do povo, a cassação de direitos.
“Estamos à mercê desse capital vadio que não alimenta, que não ajuda famílias, o capital que faz contraofensiva. Nos subordinamos à proposta ideológico e geopolítica dos Estados Unidos e Temer é só um boneco. Nós estamos na contramão das politicas que eliminaram recessões no mundo”, afirmou o senador.
Para o secretário-geral da Frente Parlamentar Mista, deputado Patrus Ananias, ” O país não cresce passando tudo para outros países, mas investindo em tecnologia, educação. Estamos travando uma luta de resistência contra o capital que quer desconstruir nossas conquistas sociais”.
Patrus aproveitou para falar sobre os efeitos nefastos da venda das usinas da Cemig, promovida na última semana, pelo governo golpista. “O que queremos é mobilizar a sociedade em defesa do que temos de mais caro que é a pátria brasileira”, disse.
Gleuber Braga (PSL) também falou sobre as vendas das usinas: “Não teríamos o Luz Para Todos se não fossem estatais como a Cemig, que agora sofre desmonte pelo governo Temer”. Para ele, a única saída é a desobediência civil. “Greve geral, tomar a Mesa do Senado e da Câmara, ir para rua! Desobediência civil contra um governo ilegítimo”, discursou.
O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, afirmou que assim que a esquerda voltar ao governo federal vai promover um chamamento público para revogar todas as medidas arbitrárias do governo do golpista Temer. Ele lembrou como a imprensa joga contra os interesses do povo brasileiro.
“Em 53 a imprensa classificou a criação da Petrobras como ‘aventura de nacionalistas rasteiros’. Fizeram o mesmo com a Eletrobras. Agora estão vendendo o petróleo, a Eletrobras. Vai aumentar o preço da energia elétrica, vamos voltar aos tempos doa apagões”, alertou.
Jandira Feghali (PCdoB) também fez o mesmo alerta: “Nós precisamos dizer que a conta de energia vai subir e o serviço não vai chegar”. E mais uma vez, ela defendeu a manutenção das estatais. “Nós sabemos que para ter universalidade de direitos o estado tem que entrar p garantir o pacto social”.
Para a deputada Benedita da Silva, o golpe neoliberal tem um principal objetivo: “Eles não querem que sejamos uma economia inclusiva de desenvolvimento com participação”, afirmou a deputada que, emocionada, convocou a população a rechaçar todas as medidas de Temer na rua.
O deputado Wadih Damous aproveitou seu discurso para denunciar essa nova fase do golpe. “É absurdo que agentes americanos entrem no Brasil para pegar informações da Petrobrás. Isso tem que parar. Daqui a pouco o Brasil estará reduzido a polícia e forças aramadas atuando como milícia”.
Avaliando outro lado do golpe, Celso Pansera (PMDB) falou sobre a redução nos investimentos em ciência e tecnologia. De acordo com ele, o orçamento do setor esse ano chegou, em valores relativos, ao mesmo volume de 2003. “Não existe soberania nacional se não temos o domínio do conhecimento”.
Veja a repercussão do ato:
Da Redação da Agência PT de Notícias