O Brasil caiu duas posições no ranking mundial de percepção de corrupção, calculado pela instituição Transparência Internacional. Do 94º lugar, que ocupava em 2021, passou para 96º, alcançando 38 pontos em uma escala de 0 a 100, informa matéria publicada nesta terça-feira (25) pela revista Carta Capital.
A queda não surpreende, uma vez que o governo Jair Bolsonaro, desde o começo, não para de produzir escândalos que deixam claro que a honestidade e o combate à corrupção nunca foram uma preocupação verdadeira do ex-capitão. Aliás, foi no primeiro ano de governo do atual presidente, em 2019, que o Brasil teve sua pior colocação no ranking: 106º lugar. Lembre abaixo os principais escândalos envolvendo Bolsonaro, sua família e seu governo:
Queiroz e a rachadinha
Em dezembro de 2018, Fabrício Queiroz, então motorista e assessor do deputado Flávio Bolsonaro, foi convocado pelo Ministério Público do Rio de janeiro para prestar depoimento sobre movimentações bancárias suspeitas no valor de R$ 1,2 milhão. Começava a ser desvendado aí o esquema de rachadinha que Jair Bolsonaro, como diversas reportagens mostraram, praticou ao longo de sua vida parlamentar e ensinou aos filhos.
O cheque para Michelle
Um dos capítulos dessa trama mais que suspeita e que nunca ficou esclarecido, por sinal, foi o cheque de R$ 24 mil que Queiroz depositou para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
A ligação com as milícias
O caso Queiroz serviu ainda para deixar mais clara a ligação da família Bolsonaro com as milícias que atuam no Rio de Janeiro. O gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, que era comandado por Queiroz, empregava Danielle Mendonça Costa da Nóbrega, esposa de Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope, conhecido como Capitão Adriano e apontado como o chefe de uma quadrilha de milicianos, o chamado “Escritório do Crime”.
Escândalo das vacinas
A CPI da Covid, insaturada pelo Senado Federal em 2021, mostrou que o governo Bolsonaro atrasou a compra de vacinas contra a Covid-19 para dar preferência a compras que passavam por empresas intermediadoras. Para os senadores, o objetivo era claro: facilitar a cobrança de propina na hora de comprar os imunizantes. Isso sem falar no negócio milionário da cloroquina e outras drogas que teve Bolsonaro como garoto-propaganda número 1.
Sigilo de 100 anos
Foi durante a pandemia que surgiu outro escândalo do governo Bolsonaro: a decretação de 100 anos de sigilo ao processo administrativo sobre a participação do general Eduardo Pazuello em um ato político, no Rio de Janeiro, ao lado de Jair Bolsonaro. Ao participar do ato, o ministro e general quebrou as regras das Forças Armadas. Mesmo assim, não foi punido e seu processo, escondido do público.
Orçamento secreto
Para garantir apoio no Congresso para aprovar sua agenda econômica que só destrói o país e ainda evitar o impeachment, Bolsonaro decidiu fazer um orçamento secreto. Montado no fim de 2020, esse orçamento clandestino somava R$ 3 bilhões e deu ao governo o poder de barganhar apoio no Congresso Nacional, como denunciou o jornal ‘O Estado de São Paulo’.
Mansões para os filhos
Mesmo diante de tantas denúncias, a família Bolsonaro não demonstrou um pingo de vergonha na cara nem qualquer sinal de que pretende parar de agir em benefício próprio. Em março de 2021, Flávio Bolsonaro adquiriu uma mansão de R$ 6 milhões em Brasília numa negociata no mínimo estranha. Cinco meses depois, descobriu-se que Jair Renan e a mãe, Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro, se mudaram para uma mansão de R$ 3,2 milhões, em outra negociação para lá de suspeita.
Ministro investigado
Uma das mentiras que Bolsonaro mais conta é a de que seu governo não tem nenhum escândalo de corrupção. A lista acima já o desmente categoricamente, mas ainda é possível lembrar o ministro Ricardo Salles, que teve de deixar a pasta do Meio Ambiente, em junho de 2021, após ter duas investigações abertas contra ele: a primeira quando ele tentou interferir na maior apreensão de madeira ilegal da história, e a outra quando se tornou suspeito de envolvimento na exportação ilegal de madeira.
Da Redação