O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), condenou veementemente, nessa quarta-feira (3), o ataque à liberdade de imprensa feito pelo governo Bolsonaro, que, por intermédio da Polícia Federal (PF), subordinada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, determinou a abertura de investigação contra o jornalista Gleen Greenwald – responsável pelo site The Intercept.
Para Humberto, é inaceitável que a estrutura do Estado esteja sendo usada para a perseguição de repórteres que divulgam informações fundamentais para a democracia do país. “É inconcebível que Sergio Moro, hoje acusado de ter cometido crimes bárbaros, esteja decidido a perseguir a imprensa livre Brasil. Eles estão inaugurando um período sombrio que remete à ditadura. É um crime e um abuso”, criticou.
De acordo com o senador, é inadmissível que a Polícia Federal peça ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) um relatório de investigação contra o jornalista responsável pelo site que vem publicando matérias desfavoráveis a Moro. Ontem, em depoimento aos deputados, o ex-juiz não negou nem confirmou essa informação.
Segundo o parlamentar, o trabalho feito pelo veículo fortalece a democracia brasileira ao revelar acontecimentos da maior gravidade ocorridos no âmbito da Operação Lava Jato que envolvem Moro e alguns procuradores.
Ele lembrou que muitos que protestaram há alguns meses, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu proibir a circulação de uma revista que traria matéria desfavorável ao presidente da Corte, Dias Toffoli, estão calados diante do novo absurdo.
Humberto destacou também que organismos internacionais e a imprensa no exterior estão repudiando fortemente essa perseguição do governo Bolsonaro à imprensa e que os principais jornais no mundo, como o Le Monde e o HuffPost, descrevem o “agora ministro do presidente de extrema direita como um herói caído do combate à corrupção”.