O ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou que empresa ligada ao filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi beneficiada com contrato da estatal, por orientação da presidência da Petrobras durante o governo do tucano. A declaração consta na delação premiada de Cerveró, tornada pública nesta quinta-feira (2).
O caso teria ocorrido entre 1999 e 2000. Cerveró contou que passou a tratar com o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, sobre a contratação da empresa espanhola Union Fenosa em um projeto da TermoRio, usina termelétrica operada pela estatal.
Segundo o delator, todos esperavam que o negócio seria fechado, mas a empresa de Paulo Henrique Cardoso, filho de FHC, foi a contratada.
“Fernando Antônio Falcão Soares e os dirigentes Union Fenosa”, acreditavam que o negócio estava acertado, faltando apenas a assinatura para a finalização; Que, no entanto, o negócio já estava fechado com uma empresa vinculada ao filho do Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, de nome Paulo Henrique Cardoso; Que essa empresa era a PRS Participações; Que o negócio havia sido fechado pelo próprio declarante, por orientação do então presidente da Petrobras Phillippe Reichstul”, diz trecho do depoimento de Cerveró.
Cerveró citou, ainda, supostas irregularidades ocorridas durante o governo FHC, como o recebimento de propina da Alstom e da General Eletric, e sobre a aquisição, pela Petrobras, da empresa Perez Companc, em2002, ordenada pelo então presidente da estatal Francisco Gros.
Cerveró disse que chamou atenção o fato de a Petrobras ter pago US$ 1 bilhão e que a transação rendeu propina de US$ 100 milhões “destinada ao governo FHC”.
Em troca das informações prestadas, Cerveró poderá deixar a prisão no dia 24 de junho, mas deverá devolver aos cofres públicos cerca de R$ 17 milhões, como forma de ressarcimento pelos desvios. O sigilo dos depoimentos foi retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki.
Da Redação da Agência PT de Notícias