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Petroleiro explica por que Bolsonaro é culpado pelo preço do diesel

Petroleiro e secretário de Comunicação da CUT Nacional, Roni Barbosa mostra como o país chegou ao ponto de ter um diesel mais caro que a gasolina

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Roni Barbosa: "Boa parte da inflação hoje no Brasil está sendo puxada pelo preço dos combustíveis"

Após subir 41% nas bombas desde janeiro, o diesel S10 se tornou mais caro que a gasolina. E a culpa é, sim, do governo Bolsonaro, explicou, nesta terça-feira (28), o petroleiro e secretário de Comunicação da CUT Nacional, Roni Barbosa, em entrevista ao Jornal PT Brasil (assista abaixo).

“Se Bolsonaro tivesse concluído as obras das refinarias que estavam em construção, o Brasil seria quase autossuficiente em diesel”, explicou Barbosa. Mas, hoje, 25% do consumo de diesel tem que ser importado por causa da incompetência do governo Bolsonaro, que não terminou de construir as refinarias”, denunciou.

Na entrevista, o petroleiro relembrou o desmonte da Petrobras iniciado por Michel Temer e aprofundado por Jair Bolsonaro. Foi no governo do primeiro que a Petrobras passou a praticar o PPI (preço por paridade de importação), principal culpado da alta geral do preço dos combustíveis e do gás de cozinha.

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A situação foi agravada porque Bolsonaro não só manteve o PPI como passou a desmontar a empresa estatal. Vendeu a BR Distribuidora, que ajudava a regular os preços; parou as obras de novas refinarias planejadas nos governos Lula e Dilma; e reduziu a produção nas refinarias já existentes, que ainda foram colocadas à venda.

“No governo Bolsonaro, as refinarias da Petrobras deixaram de refinar petróleo aqui no Brasil, ficaram ociosas, chegaram a operar com menos de 70% de sua capacidade, sendo que a demanda não diminuiu”, afirmou. 

O resultado? O país passou a importar cada vez mais, a ponto de ter quase 400 empresas trazendo combustível de fora, especialmente dos Estados Unidos. “Hoje, nós temos um preço igual ao de um país que não tem nenhuma gota de petróleo nem refinarias. Estamos vivendo um paradoxo sem tamanho, que precisa ser mudado imediatamente”, alertou.

Todo esse processo beneficia poucos e pune a população de forma cruel, explicou Roni Barbosa. “Isso tem feito com que a Petrobras tenha lucros altíssimos. Ano passado, deu R$ 106 bilhões de lucro. Para que isso? Se estivessem reinvestindo no Brasil, construindo refinarias, investindo na prospecção, achando novas reservas, aí talvez até justificasse ter um preço um pouco mais alto, mas não nessa estratosfera como está hoje. Mas não, a maioria desse lucro da Petrobras está sendo distribuído para os acionistas, que hoje a maio parte é de estrangeiros. Acabam indo para fora do Brasil esses recursos.” 

Além disso, como o Brasil importa, acaba gerando empregos nas refinarias dos Estados Unidos e não no Brasil. E, para piorar, aumenta a inflação internamente.

“Quem perde é a população, porque o combustível é o ponto inicial do preço dos alimentos e de todos os outros setores. Ele puxa a inflação. Então, boa parte da inflação hoje no Brasil está sendo puxada pelo preço dos combustíveis, que é o próprio governo que controla”, esclareceu.

Venda de refinarias piora o problema

Barbosa disse ainda que o discurso do governo de que a venda das refinarias existentes fará o preço cair é pura mentira, pois essas fábricas foram construídas para garantir o abastecimento do país e nnao para competir entre si. Assim, há uma refinaria para cada região-chave do país, mas não há nenhuma outra capaz de competir com ela.

Uma prova disso já pode ser observada na Relam, refinaria da Bahia já vendida a um grupo árabe. Como ela domina o mercado baiano, tem cobrado o preço que quer, fazendo os baianos pagarem cerca de 10% a mais pelo combustível em comparação à média no Brasil.

“A venda fatiada das refinarias vai produzir monopólios privados em cada um dos mercados em que essas refinarias atuam. Vão transformar um mercado que hoje pertence à Petrobras, que é uma empresa estatal, em mercados privados sem concorrência. A população ficará refém de monopólios privados”, avisou.

Da Redação