Para marcar o primeiro dia de greve, a categoria participa de um grande ato em frente à Refinaria Landulpho Alves (Rlam), localizada no município de São Francisco do Conde, no Recôncavo baiano, a partir das 7h dessa quinta. Já estão confirmadas as presenças do presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, do presidente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo e de representantes de outras centrais sindicais.
Estarão presentes ainda representantes de confederações e federações de trabalhadores e trabalhadoras de empresas públicas e estatais e de movimentos sociais e da juventude, a exemplo do MST, MAB, MPA e Levante Popular da Juventude. Também já confirmaram presença dirigentes das Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo e lideranças políticas, além de parlamentares. Os trabalhadores próprios e terceirizados da Rlam e do Temadre (Terminal de Madre de Deus) também vão participar da mobilização.
Movimento é legítimo e legal
A diretoria do Sindipetro participou de reuniões de negociação com o RH corporativo da Petrobras, mas não houve avanço, por isso, a categoria confirma a deflagração do movimento paredista, aprovado em assembleias que aconteceram em todas as unidades do Sistema Petrobras em dezembro de 2020.
As reivindicações são pautas antigas de luta que o Sindipetro vem tentando avançar, sem sucesso. “Chega uma hora que não dá mais. É preciso paralisar as atividades para que a direção da estatal olhe para os inúmeros problemas que vêm acontecendo em suas unidades”, diz o coordenador do Sindipetro, Jairo Batista.
O Sindipetro vai manter, como determina a lei, o efetivo mínimo para garantir os serviços inadiáveis e indispensáveis a população. Mas não irá debater, como queria a Petrobras, sobre os demais serviços que não fazem parte desse escopo, pois esses não estão no amparo da lei que determina o contingente mínimo em caso de greve.
O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, ressalta que “a decisão da atual gestão da Petrobras de acelerar a venda e o desmonte de suas unidades na Bahia, vem afetando não só a economia do estado e de diversos municípios que têm nos impostos pagos pela estatal (royalties, ISS, ICMS) uma importante fonte de receita, mas vem provocando também a perda de postos de trabalho”.
Com a venda da Refinaria Landulpho Ahá lves para o fundo árabe Mubadala, por R$ 1,65 bilhão, essa situação tende a piorar. Há grande insegurança entre os trabalhadores próprios e terceirizados da Petrobras.
“Falta transparência. Em nenhum momento, o Sindipetro foi chamado pela Petrobras para discutir como vão ficar os contratos desses trabalhadores caso a venda da Rlam seja concretizada. Sabemos que muitos trabalhadores terceirizados serão demitidos e os próprios estão sendo pressionados a aderir ao Plano de Demissão Voluntária, ou serão transferidos para outros estados”, denuncia o diretor de comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa.
Da Assessoria do Sindipetro-BA