Revelações sobre ‘tuítes’ do general Villas Bôas exigem reação das instituições democráticas

Em matéria publicada neste domingo, 14, o jornal Folha de S. Paulo informa que “ao menos três ministros do governo Bolsonaro e o atual chefe da Força souberam da nota”, o que torna ainda mais grave o ocorrido. Postagens foram feitas às vésperas do julgamento de HC de Lula pelo STF, em abril de 2018. “Villas Bôas confessa que o Exército intimidou o STF e outras instituições para garantir a eleição de Bolsonaro”, advertiu o senador Rogério Carvalho (PT-SE). “Isso é gravíssimo e exige reação das instituições democráticas”, cobrou a deputada federal (PR) e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann

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A deputada federal e presidenta do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann (PR), reagiu às revelações de bastidores do tuíte feito pelo general Villas Bôas em abril de 2018 para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) às vésperas do julgamento do Habeas Corpus (HC) do ex-presidente Lula.

“Se o general queria controlar sua tropa, como alega, devia ter feito uma ordem do dia lembrando a Constituição. Prender seus insubordinados e não ameaçar o STF para prender Lula”, disse Gleisi. “Isso é gravíssimo e exige reação das instituições democráticas”, cobrou ela.

Em matéria publicada neste domingo, 14, o jornal Folha de S. Paulo informa que “ao menos três ministros do governo Bolsonaro e o atual chefe da Força souberam da nota”, o que torna ainda mais grave o ocorrido.

Segundo a matéria, “o relato de Villas Bôas (em seu livro) envolve diretamente três ministros de Bolsonaro, pois ele afirma que discutiu o tema com sua equipe e com os integrantes do Alto-Comando do Exército, o colegiado de 15 generais de quatro estrelas, o topo da hierarquia”.

Ao agir assim, antes de coibir a ação dos insubordinados, o então comandante das FFAA, que devia zelar pelo respeito à hierarquia nas tropas, optou por avalizar a indisciplina.

“É grave! Villas Bôas confessa que o Exército intimidou o STF e outras instituições para garantir a eleição de Bolsonaro. A nossa democracia permanece em risco”, advertiu o senador Rogério Carvalho (PT-SE).

Para o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), as recentes manifestações do general Villas Bôas deixam claro que os militares exigiram que o STF não desse a liberdade a Lula. “Isso explica a presença dos 11 mil militares no governo e a adesão à aventura autoritária que resultou na ‘solução cloroquina’ com 240 mil mortos”, afirmou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

Na época, o texto das postagem do general Villas Bôas foi lido na íntegra no encerramento do Jornal Nacional (JN), da Rede Globo, por William Bonner. Na apresentação do conteúdo, Bonner destacou o fato de Villas Bôas “não ter feito referência ao julgamento do habeas corpus de Lula no STF”.

Então senadora, Gleisi denunciou a escandalosa a pressão da Rede Globo sobre o STF para negar o direito de Lula se defender em liberdade. Na sequência, a postagem do general Villas Bôas ganhou apoio de outros generais da reserva, também nas redes sociais.

No dia seguinte, 5, diante do resultado da votação que derrotou o HC por seis votos a cinco, outro futuro ministro do governo Bolsonaro, Sergio Moro, decretou a prisão de Lula.

“O despacho desta quinta-feira (5) do juiz Sérgio Moro, em que ele manda prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi possível porque, na sessão de quarta (4) do Supremo Tribunal Federal (STF), a maioria dos ministros, por seis votos a cinco, rejeitou o pedido de habeas corpus da defesa de Lula, que queria evitar que ele fosse preso antes da análise de recursos em outras instâncias da justiça”, festejou o JN.

Afastar Lula da eleição

“O Alto Comando atuou decisivamente pra impedir o habeas corpus de Lula e a sua atuação nas eleições de 2018. Lula tinha 40% nas pesquisas mesmo preso”, afirmou o deputado federal Carlos Zarattini em suas redes sociais.

“Graças a esse Twitter (intervenção) vivemos hoje uma crise sanitária com mais de 230 mil mortes, mais 30 milhões de trabalhadores sem emprego e um governo absolutamente sem capacidade”, continuou .

“Os militares participam fortemente do governo e serão responsabilizados pela ruína do país junto com Paulo Guedes e Bolsonaro”, completou Zarattini.

Da Redação com Folha de S. Paulo.

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