“A Vaza Jato tem revelado ao Brasil um subterrâneo, um lado desconhecido da Operação Lava Jato que é estarrecedor”, afirma o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), em vídeo divulgado nesta segunda-feira (14), em suas redes sociais. Ele destaca que hoje o site The Intercept Brasil traz nova revelação gravíssima, de “um dos momentos de maior fragilidade do Ministério Público Federal naquele episódio da JBS, quando veio a público que Marcelo Miller – que era uma espécie de número 2 do procurador-geral da República, Rodrigo Janot – havia atuado como agente duplo e recebido da JBS, enquanto procurador, para que a delação pudesse acontecer.
Paulo Pimenta explica que, de acordo com as mensagens obtidas pelo The Intercept, o procurador chefe da operação, Deltan Dallagnol, e o procurador Carlos Fernando resolvem antecipar a denúncia do sítio em Atibaia, contra o ex-presidente Lula, para, segundo eles, “criarem uma distração para tirarem das manchetes o tema da JBS, o tema da venda da delação”.
“Então, a Lava Jato é um esquema criminoso, é um jogo combinado com a imprensa, com os escritórios de advocacia, e tudo isso vai mostrando para o Brasil que o Lula nunca teve direito ao julgamento justo, que o Lula foi vítima de uma trama perversa, de um projeto de poder e de enriquecimento ilícito, vocês têm que ter o cuidado de não embarcarem em notícias falsas que a imprensa divulga e ao mesmo tempo procurarem sempre ter acesso a todas as informações para formarem o seu próprio juízo de valor sobre tudo isso que nós estamos dizendo”, alertou Pimenta.
Parceria da Lava Jato com os EUA
O líder também relembra no vídeo que no último final de semana o site The Intercept Brasil já tinha publicado revelações sobre uma parceria informal entre procuradores brasileiros e autoridades americanas para que empresas brasileiras que atuam nos EUA fossem pressionadas pelas autoridades americanas e que isso fosse um fator para que eles se tornassem delatores.
“Essa parceria, ela tem um conjunto de indícios de crime de traição que é algo impressionante, porque na realidade os procuradores brasileiros, eles atuaram fora do Brasil como uma espécie de assistente de acusação e nos relatórios que eu tive acesso, o Departamento de Justiça americana faz rasgados elogios à colaboração, a documentos, a testemunhas, a delações”, explica Pimenta. Ele cita ainda que, segundo os americanos, sem a colaboração dos brasileiros seria impossível que eles tivessem chegado ao acordo com os chamados acionistas minoritários contra a Petrobras nos EUA.
“Alguém poderia se perguntar, o que os procuradores ganharam com isso, traindo o Brasil? Entre outras coisas, os R$ 2,5 bilhões que está no acordo como um pagamento, os americanos dizem para uma fundação de direito privado em Curitiba, ou seja, foi tudo montado para que eles recebessem pelo serviço prestado aos americanos”, denuncia o líder do PT.
Paulo Pimenta afirma que é por isso que “nós vamos continuar trabalhando para anularem esse julgamento, porque Sérgio Moro nunca foi um juiz isento e, portanto, a sua sentença tem que ser anulada, Lula tem o direito a ter um julgamento justo”.
Por PT na Câmara