Menos da metade (46%) dos brasileiros que perderam o emprego com a crise econômica em 2016 conseguiram encontrar novo posto de trabalho após um ano de procura. É o que aponta a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, mais da metade das vagas abertas são postos precários — sem carteira assinada ou por conta própria. Apenas em 2017, as ocupações sem carteira assinada e por conta própria aumentaram em 1,7 milhão. Em fevereiro deste ano, 13,1 milhões de pessoas estavam sem emprego no Brasil.
Arrocho e retorno da miséria
O quadro se agrava ainda mais com os cortes drásticos feitos pelo governo Temer nos investimentos. Um programa com grande potencial de geração de postos de trabalho, como o PAC, perdeu 57% em 2018, comparado com 2014, quando o Brasil viveu seu melhor cenário relação ao emprego, registrando menos de 5% de desempregados.
Os gastos sociais, que poderiam mitigar as dificuldades de quem enfrenta a falta de emprego e renda, vêm sofrendo verdadeira razia desde o impeachment de Dilma Rousseff, ainda segundo dados da PNAD-Contínua.
Em 2018, os gastos discricionários do Ministério do Desenvolvimento Social caíram 20% e as da Educação despencaram 32% em relação a 2014. As do Ministério da Justiça e Segurança Pública minguaram 37% e a queda real das despesas da Saúde foi de R$ 6 bilhões. Em 2017, houve um corte de R$ 1,4 bilhão na dotação orçamentária do Bolsa Família.
Acompanhamento permanente
Um resultado claro dessa política de arrocho é retorno de 1,5 milhões de pessoas para a extrema pobreza. Em 2016, eram 13,34 milhões de brasileiros nessa condição. Em 2018, já são 14,83 milhões. Isso significa um crescimento de 11,2% no número de pessoas que sobrevivem, com menos de US$ 1,9 por dia e confirma que o País vem mesmo trafegando na contramão da redução das desigualdades, marca mais forte dos 13 anos de governos petistas.
Os indicadores econômicos e seus reflexos na vida das pessoas reais vêm sendo acompanhados periodicamente e atualizados em no boletim “Economia em Números”, produzido pela equipe técnica da assessoria da Bancada do PT no Senado.
Veja o boletim “Economia em Números” na íntegra:
Do PT no Senado