A prisão arbitrária e sem provas de Lula, em uma tentativa de retirar do process eleitoral o candidato em maior condição de reverter as medidas de arrocho econômico do presidente ilegitimo Michel Temer, está fazendo com que se amplie a percepção do povo brasileiro e da comunidade internacional de toda a característica de exceção do processo que teve início em 2016, com a derrubada da presidenta legítima Dilma Rousseff. Assim, se há uma batalha decisiva e que as forças golpistas estão perdendo, é a chamada atalha da narrativa.
A tese é de Caroline Proner, jurista, professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que visitou neste Domingo das Mães (13) a Vigília Lula Livre, em Curitiba, onde participou do Boa Noite ao ex-presidente. Em que pese sua formação e atuação jurídica, Proner não faz uso de meios palavras ao afirmar: “Não será através da atuação jurídica, da defesa impecável de advogados e acadêmicos do fato de que Lula é inocente, que será possível libertar o ex-presidente. É só a mobilização e a luta popular que têm forças para reverter este golpe”, defendeu a jurista.
De acordo com ela, é por este motivo que é tão importante deixar claro para o povo brasileiro toda a dimensão do golpe, que teve início com o impeachment sem crime de Dilma Rousseff, passou pela condução coercitiva injustificada de Lula, por sua condenação em primeira e segunda instância e pelas decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) de ignorar a Constituição e a presunção de inocência apenas para manter Lula preso.
Ao defender a libertação de Lula, a jurista rebateu o argumento de alguns personagens do judiciário e de segmentos da sociedade, como a mídia corporativa, de que a prisão de Lula atende ao clamor popular. “Eles têm um problema, a politização da Justiça vem acontecendo desde a redemocratização, só que agora a crise dos demais poderes leva ao judiciário, e por que inventam peças como a mutação constitucional, por causa do clamor popular?”, perguntou. “Vamos medir o clamor pelo voto e se for assim, libera o meu candidato”, disse a jurista.
“Como vão continuar mantendo Lula preso – esse é um problema que eles têm. Vão contra a Lei de Execuções Penais, contra convenções internacionais, as regras de Mandela, ratificadas pelo Brasil”, afirmou referindo-se às arbitrariedades cometidas pela justiça na prisão de Lula.
Por Vinícius Segalla, da Agência PT de Notícias, em Curitiba