Quando a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), ferrenha defensora da “moral e dos bons costumes”, gravou vídeo em que atribui a propriedade de uma loja da Havan – propriedade de empresário bolsonarista – à família de Dilma Rousseff, nem mesmo seus aliados acreditaram no que viam. Mas propagar fake news parece não ser o único ato ilícito pelo qual recorre a parlamentar, agora alvo de representação – enviada pelo PT, PSOL e PCdoB à Procuradoria-geral da República – por admitir que “todos os deputados que votaram a favor da Reforma da Previdência tiveram alguma verba”.
A declaração da deputada foi transmitida via mensagem de áudio enviada a Marcos Palermo, Secretário de Saúde de São Carlos (interior de SP), e não deixa dúvidas de que o governo federal criou um balcão de negócios para trocar emendas por votos na aprovação do temido projeto – foram cerca de R$ 1,13 bilhão liberados.
“No momento que o país vive um momento de debate político acirrado, o Governo Federal utilizou-se de métodos ilícitos para conseguir os votos que restavam para aprovação da PEC nº 06/2019”, afirma trecho do documento assinado por 28 parlamentares da oposição.
O texto ainda reitera que “é papel do Ministério Público investigar e representar os interesses indisponíveis da população e defender a Democracia, a Constituição e o devido processo legal” e solicita à PGR que, “verificadas as ilegalidades no descumprimento dos ditames legais/constitucionais, que sejam tomadas as providências administrativas, civis ou penais cabíveis”.
Além de Zambelli, os parlamentares querem que a PGR investigue o presidente Jair Bolsonaro e o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que foi o responsável pela intermediação dos acordos do Planalto com o Parlamento durante as negociações para a aprovação da reforma.
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Da Redação da Agência PT de Notícias