As mulheres negras representam cerca de 25% da população brasileira, mas basta olhar a composição do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais para perceber que politicamente elas são sub-representadas.
A urgente necessidade de aumento da representação de mulheres negras em espaços de poder e decisão motiva o lançamento do projeto Elas por Elas Mulheres Negras, que acontece no próximo sábado (21) na cidade do Rio de Janeiro.
A iniciativa faz parte da plataforma Elas por Elas, promovida pela Secretaria Nacional de Mulheres do PT, em parceria com as setoriais dos estados, que visa fortalecer a participação de mulheres na política.
Para se ter ideia, na Câmara Federal apenas 10 das 513 vagas foram ocupadas por mulheres negras nas eleições de 2014, sendo sete parlamentares pardas e somente três pretas. A representação majoritária é de homens, sendo a maioria branca e pertencente a uma elite machista e conservadora.
A programação de lançamento do Elas por Elas Mulheres Negras contará com debate sobre feminismo negro, apresentações culturais e discussões sobre a pauta dessa parcela da população, muitas vezes sem visibilidade pela quase ausência de representação, como destaca Neide Jane Prado Carvalho, integrante do Coletivo Nacional de Combate ao Racismo do PT.
“Nós queremos deixar de ser invisíveis. As nossa pautas têm de estar visíveis em todos os momentos, em todos os diálogos, no legislativo, no judiciário, em todos os espaços”, completa Neide.
Por meio do projeto Elas por Elas, as pré-candidatas petistas passarão por formação em planejamento de campanha, conjuntura política e comunicação, de modo que possam avançar no processo eleitoral capacitadas para a disputa.
Ao reforçar importância da representação de mulheres negras em instâncias de poder, Neide Carvalho destaca a atuação da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que é uma das parlamentares negras na Câmara Federal.
“A atuação da deputada Benedita da Silva é primordial para as mulheres negras, é ela quem leva as nossas pautas para o Congresso, com a discussão de projetos que incidem diretamente sobre nós. É fundamental manter e ampliar essa representação”, completa.
O lançamento do Elas por Elas Mulheres Negras na capital do Rio de Janeiro é simbólica, especialmente por lembrar o assassinato político da vereadora Marielle Franco, mulher negra, lésbica e periférica, que ousou ocupar o seu espaço na política.
O mês de julho também marca a o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela, celebrados no dia 25. A data reafirma a luta e a resistência da mulher negra na sociedade.
Confira a programação de lançamento do Elas por Elas Mulheres Negras
Por Geisa Marques, da Comunicação Elas por Elas