Partido dos Trabalhadores

Chega a 1 mil número de escolas ocupadas contra reforma do ensino

Mais de 40 universidades também estão paradas contra as mudanças na educação que o governo golpista quer aprovar sem discutir com a sociedade

Em todo o país, pelo menos 1000 escolas e 44 universidades já estão ocupadas contra a reforma do ensino médio imposta pelo governo golpista via Medida Provisória 746, sem debate com a sociedade, e contra o PL da Escola sem Partido. Nas universidades, também há um grande movimento contra a PEC 241, que irá afetar diretamente o financiamento da educação.

A grande maioria das escolas ocupadas fica no Paraná, que já contabiliza quase 900 unidades tomadas pelos alunos. O estado é o mais organizado e terá uma assembleia estadual no dia 28 de outubro para tratar do movimento. Acompanhe aqui o monitoramento feito pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas sobre as ocupações.

Em Curitiba, cerca de 70% das escolas ocupadas por estudantes já foram visitadas pelo Conselho Tutelar e nelas não foram encontradas irregularidades. A informação é da Coordenação da Comissão de Educação do órgão de Curitiba. A rotina de visitas segue a demanda de cada uma das nove regionais de Curitiba e vem sendo desempenhada desde que as ocupações tiveram início, em 3 de outubro.

“Vimos escolas organizadas, com cartazes para cuidar do patrimônio público e comida e colchões doados pela comunidade, apesar de sentirmos que eles não têm apoio de toda a escola. Os orientamos a manter no bolso a autorização por escrito dos pais”, disse o responsável pela Comissão de Educação, Jader Geraldo Gonçalves Pinto, nesta segunda-feira (17).

Apoio

Políticos do PT se manifestaram dando apoio às ocupações e reforçando a importância dos movimentos sociais, em especial do movimento estudantil, na luta contra a PEC 241.

Repressão

Nesta quarta-feira (19), o Ministério da Educação enviou um ofício aos dirigentes da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica solicitando que informem quais são os alunos envolvidos nas ocupações. O documento viola o direito à livre manifestação, pois poderá levar a sanções dos envolvidos.

A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) se disse indignada com o fato de o MEC ter exigido que os reitores de institutos e diretores de escolas da Rede Federal delatem os estudantes.

“A delação e a perseguição a estudantes são atitudes imperdoáveis, das quais já nos livramos desde o fim da ditadura e o início da vigência da nossa Constituição Cidadã. É inadmissível esse desrespeito aos estudantes, que exercem seu direito de livre manifestação; e é igualmente inadmissível a determinação aos professores para que se tornem algozes de seus alunos”.

A senadora lembrou que educação pressupõe diálogo e não ações autoritárias como as que têm sido constantes no atual governo.

“Isso é gravíssimo. Ao mesmo tempo que apresentamos nossa solidariedade aos estudantes e dirigentes das escolas, nós, parlamentares da oposição, já estamos nos organizando para tomar as medidas necessárias, inclusive jurídicas, a fim de impedir mais essa atitude arbitrária deste governo golpista e truculento”, afirmou.

Da Redação da Agência PT de Notícias