A queda de três torres de transmissão de energia elétrica entre a noite de domingo (8) e a madrugada de segunda-feira (9) levaram autoridades do setor a levantarem suspeitas da existência de “vandalismo e sabotagem”, diante das circunstâncias apresentadas pelos incidentes.
A primeira queda ocorreu em Rondônia, na linha de transmissão entre Samuel (AC) e Ariquemes (RO), operada pela Eletronorte, às 21h30 de domingo, sendo constatada uma “torção” em duas torres adjacentes, segundo a Aneel que, em boletim divulgado, apontou indícios de vandalismo. Enquanto que a Eletronorte afirmou categoricamente que a torre teria sido derrubada com “indícios de sabotagem”.
Já a segunda queda de torre foi registrada na cidade de Medianeira, no Paraná, na linha de transmissão operada por Furnas entre Foz do Iguaçu (PR) e Ibiúna (SP), sendo que também a Aneel levantou novamente suspeitas de vandalismo nesse incidente.
O mesmo ocorreu com a terceira queda, desta vez na linha de transmissão do Complexo do Madeira, que conecta as usinas hidrelétricas de Jirau, em Porto Velho (RO), e Santo Antônio, em Sertãozinho (SP). Novamente a Aneel informou, de acordo com avaliação da empresa responsável pela linha, a Evoltz, que havia indícios de que o equipamento teria sido sabotado.
Apesar de os incidentes com as torres de energia terem ocorrido na mesma date dos episódios de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília, ainda não está claro se eles teriam alguma relação, segundo as autoridades do setor elétrico.
Em um comunicado, a Eletronorte informou que está atuando no encaminhamento de informações e registro de ocorrência policial para que os órgãos competentes apurem os fatos e que os responsáveis pela derrubadas dos equipamentos sejam identificados.
Não houve interrupção no fornecimento de energia elétrica e de acordo com a Operador Nacional do Sistema (NOS), não há previsão de quando a operação das linhas será normalizada após as quedas em Rondônia e na linha do Madeira. Na linha de Furnas, a expectativa é de que seja normalizada até 13 de janeiro.
Monitoramento e aumento da segurança
Após as quedas, foi criado um Gabinete de Acompanhamento da Situação do Sistema Elétrico, sob a coordenação da Aneel, para monitorar “informações referentes a qualquer tentativa de ataque ou efetivo vandalismo, tanto sob o aspecto de integridade física como também cibernética das instalações”.
Diante dos fatos e da suspeita de sabotagem e vandalismo, o ONS comunicou ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Aneel que iniciou a realização de uma “operação diferenciada para aumento da segurança eletroenergética”. As medidas incluem o aumento do envio de energia entre regiões do país “visando minimizar ou mesmo evitar atuação dos esquemas especiais de proteção, sempre que possível”.
Da Redação