“A reforma da Previdência, se aprovada nos termos em que está, será uma catástrofe humanitária”, afirmou José Celso Pereira Cardoso Júnior, presidente da Afipea-Sindical, entidade representativa dos servidores do Ipea. Para o economista, ao contrário de combater privilégios, a reforma do governo aprofundará as desigualdades no país, comprometendo os direitos individuais e também as economias locais.
A audiência pública convocada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal (CDH) e pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência ocorreu no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal. O ato foi coordenado presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), e contou a participação de senadores, deputados, técnicos e dirigentes das principais entidades sindicais e populares nacionais.
“Não é razoável jogar nas costas de quem não tem culpa a solução de um suposto déficit que dizem existir”, denunciou o senador Jaques Wagner (PT-BA), em sua fala no evento. Lembrando que “eles têm oito meses com essa conversa, e o país só anda para trás”, Wagner convocou os presentes para trabalharem em cada estado, nas redes sociais, para reverter a votação, prevista inicialmente para esta quarta-feira, na Comissão de Justiça do Senado Federal e, no próximo dia 24, no plenário.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, advertiu que além de cortar direitos da maioria dos trabalhadores, a reforma atingirá em cheio a base da economia, em especial nas regiões mais afastadas do Brasil. “A reforma pretende tirar cerca de R$ 1,3 trilhão da economia (incluindo Estados e Municípios), com impacto nas regiões mais pobres, no interior”, reforçou o senador Rogério Carvalho (PT-SE).
“O governo autoritário, sem noção, quer retirar direitos de 30, 40% da população, e reduzir os benefícios dos demais”, denunciou o ex-ministro da Previdência e atual deputado federal, Ricardo Berzoini (PT-SP). “Não são os trabalhadores que são o problema para a economia”, afirmou a senadora Zenaide Maia (PROS-RN), alertando que “nenhum país do mundo sai da crise sem seu maior investidor, o Estado”.
Por PT no Senado