Partido dos Trabalhadores

Rogério Correia: “CPMI está pegando fogo e bolsonaristas estão desnorteados”

“Vamos continuar as apurações e falta ainda um eixo importante que não pode deixar de ser investigado que é o setor golpista das Forças Armadas”, declara o deputado Rogério Correia (PT-MG) ao Jornal PT Brasil

Mídia Ninja

O deputado Rogério Correia, que conversou com o Jornal PT Brasil, nesta terça-feira (23)

“A CPMI está pegando fogo, os bolsonaristas estão desnorteados, viram que deram um tiro no pé. Vamos continuar as apurações e falta ainda um eixo importante que não pode deixar de ser investigado que é o setor golpista das Forças Armadas”, disse hoje (23) em entrevista ao Jornal PT Brasil o deputado Rogério Correia (PT-MG). Ele teve seu requerimento aprovado para a CPMI ouvir o general Gustavo Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto.

“Ele não deixava tirar os golpistas de frente do quartel e exerceu um papel fundamental para o golpe”, lembrou Correia, ao adiantar que a reunião desta quinta-feira (24) da CPMI vai ter pautas importantes como a aprovação da quebra do sigilo bancário, fiscal e telemático da deputada Carla Zambelli, mais uma convocação do tenente coronel Mauro Cid e apuração de denúncias de corrupção envolvendo o ex-presidente e Michelle Bolsonaro.

“Estamos também entrando no financiamento e na corrupção individual do presidente e da Michelle. A Polícia Federal já pediu a quebra de sigilo e acho muito importante que o Supremo e a PF recolham o passaporte do Bolsonaro porque ele pode tentar uma fuga. Hoje ele se internou. Toda vez que as coisas apertam Bolsonaro se interna”, observou Correia.

“Sabe-se lá que grau é essa doença, a gente até desconfia, mas que melhore e tenha saúde porque a Papuda o espera, isso não deve demorar muito. Mas é um risco que possa haver tentativa de fuga em especial do casal Bolsonaro”, salientou o deputado.

Ao se solidarizar com a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, que ontem sofreu ataques misóginos do deputado Marco Feliciano, Correia afirmou que ela está preparando com certeza um bom relatório, cheio de provas e com vasta documentação. Politicamente não há dúvidas, segundo ele, de que o principal mentor de todo o esquema do golpe é Bolsonaro, que terá um capítulo especial como mandante do processo do golpe e será indiciado.

“Será pedido ao STF que seja dada a pena que a lei exige que é a pena de prisão. Além disso vamos provar também a corrupção dele e vai ser agregado um outro crime que o Brasil não pode esquecer que foi o genocídio que ele cometeu durante a pandemia. Então são três crimes graves: atentar contra o Estado democrático de direito, substituindo-o por uma ditadura; o crime de corrupção e o crime de genocídio durante o processo da pandemia. Pelo menos esses três crimes Bolsonaro vai pagar. Infelizmente ele cavou o futuro dele que é na Papuda”, afirmou.

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É tanto assunto na CPMI e tudo vai complicando cada vez mais o ex-presidente Bolsonaro”, comentou ele ao citar os diversos casos investigados e as novidades, entre elas a decisão de Mauro Cid de falar depois da oitiva em que ele usou o direito de permanecer calado. “Ele está agora resolvendo falar, vamos ver se fala mesmo e se vai denunciar tanto o processo do golpe, esperamos que denuncie realmente. Importante lembrar que ele tinha o passo a passo no celular, ele sabia de todo esse planejamento golpista do Bolsonaro”, pontuou. Ele lembrou o caso das joias e do pix de total de R$ 17 milhões que Bolsonaro recebeu e que “a PF está desconfiada que tem lavagem de dinheiro”.

O ministro da Defesa do Bolsonaro, general Paulo Sérgio Nogueira, citado pelo hacker Walter Delgatti, precisa ser ouvido pela CPMI segundo Correia. “Ele (Delgatti) fez denúncias bombásticas de que lá no Ministério da Defesa combinavam de questionar as urnas eletrônicas e que, junto com a deputada Carla Zambelli e o próprio Bolsonaro, quiseram fazer uma urna fake para desmoralizar a urna eletrônica, impossibilitar o processo eleitoral e questionar a vitória do presidente Lula”, salientou.

Deputado vê avanços com prisões de dirigentes da Polícia do DF

Rogério Correia apontou os avanços nas apurações dos atos golpistas, entre eles a prisão de seis dirigentes da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). “Eles tramavam o golpe entre eles, um negócio impressionante”, salientou ao comentar que tudo se desenrolou a partir das denúncias da PGR e das investigações da PF que o ministro Alexandre de Moraes autorizou a prisão dos seis coronéis comandantes da PMDF. Um deles, o coronel Fábio Augusto, será ouvido na próxima terça-feira em Brasília.

“Eles falavam de golpe, expunham que não iam deixar o presidente Lula tomar posse, articulavam mesmo a tese golpista e no dia evidentemente deixaram tudo em aberto, a PM sem agir para que aqueles vândalos golpistas fizessem a quebradeira”, destacou. Correia frisou que eles foram até Brasília pagos e incentivados por Bolsonaro e encontraram na PMDF o “clima de permitir que o golpe existisse porque eles eram favoráveis ao golpe. Isso foi um cheque mate na tese bolsonarista de que foi algo por acaso. Foi tudo muito bem planejado”.

Paralelamente aos trabalhos da CPMI, onde “eles ficam apertados com o passado golpista”, o governo Lula segue trabalhando e Rogério Correia recomendou conhecer de perto o PAC, classificado por ele como motor do desenvolvimento social e econômico do país. Ele citou também o aumento de 9% do salário dos servidores públicos que estão há seis anos sem reajuste, a aprovação do arcabouço fiscal e a retirada do Fundeb da nova regra fiscal.

“Fundamos um novo desenvolvimento para o país através dessa nova regra fiscal acrescida do PAC. O governo Lula mostra a que veio, cada vez se firma mais, estamos muto otimistas, o Brasil vai melhorar, vamos retomar a cena internacional. O Brasil voltou”, concluiu.

Da Redação