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Rosário: “Na pandemia, as mulheres morriam e Damares cortava verbas”

Ministério terá corte de 33% no orçamento em políticas públicas para as mulheres em 2022. Plano orçamentário está em tramitação no Congresso Nacional

Freepik / Site do PT

Maria do Rosário: “Na pandemia, as mulheres morriam e Damares cortava verbas”

O Brasil terá corte de 33% no orçamento para políticas públicas destinadas às mulheres em 2022. A queda de investimento do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves, foi alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF) a pedido das deputadas federais Erika Kokay (PT/DF), Benedita da Silva (PT/RJ), Marília Arraes (PT/PE), Natália Bonavides (PT/RN), Luizianne Lins (PT/CE) e a Professora Rosa Neide (PT/MT).

Após abrir inquérito, o MPF constatou que em 2020, o ministério gastou apenas 44% do orçamento previsto, e a baixa execução da pasta pode impactar projetos e programas do governo, como o de proteção a mulheres e combate à violência de gênero.

Em tramitação no Congresso Nacional, o plano orçamentário do próximo ano está aguardando votação. Os dados foram levantados pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).

Para a deputada federal, Maria do Rosário (PT/RS), e ex-ministra dos Direitos Humanos no governo de Dilma Rousseff, Damares jamais deu prioridade à pauta das mulheres.

“Os direitos das mulheres nunca foram prioridade para a pasta da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, coordenada por Damares. Na pandemia, as mulheres morriam e ela cortava verbas. Em 2021, usou apenas 44% do orçamento previsto. Agora vem o corte de 2022. Além de machista, misógina, reacionária, Damares é incompetente. Adeus recursos para combater a violência e para mulheres em vulnerabilidade social.  Um descaso e retrocesso total dos avanços e conquistas das mulheres ao longo da história. #ForaDamares”.

Má gestão

Segundo a doutora em antropologia social e assessora política do Inesc, Carmela Zigoni, o ministério tem má gestão.

“Diria que há má gestão. Quando um ministério passa vários anos sem gastar o que tem, o que vem acontecendo com o MDH, a tendência é que os gestores do orçamento repassem menos recursos. Por que vai dar R$ 100 milhões se só gasta R$ 20 milhões?”

Conforme o Instituto, em 2021, a Secretaria de Políticas Nacionais para Mulheres havia gasto, até junho, 23,2% do total de verba disponível. Porém, na pressa de concluir o ano diante dos compromissos assumidos anteriormente, o ministério gastou 66% do dinheiro aplicado.

A assessora do Inesc explica que o alto valor investido na área de enfrentamento à violência contra a mulher, de R$ 13 milhões, foi muito maior do que o autorizado, que havia sido de R$ 2 milhões.

“Isso acontece na administração pública, mas não é desejável, porque está deixando de fazer o dinheiro do ano ser aplicado. E ainda infla o orçamento. Nesse caso, em 2021, a área recebeu investimento zero.”

Casa da Mulher Brasileira terá corte de 70% em 2022

A Casa da Mulher Brasileira foi a que mais sofreu impacto pela falta de investimentos em 2021 e será assim, também, no próximo ano. A previsão de corte no orçamento para uma das principais políticas públicas voltadas a mulheres será de 70% em 2022. Caso seja aprovado no Congresso, o valor disponível em 2022 vai cair para R$ 6 milhões.

Em 2021, dos R$ 21 milhões autorizados para serem gastos, apenas R$ 1 milhão foi investido, representando 5% do total da verba disponível.

O projeto da Casa da Mulher Brasileira foi criado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, no governo de Dilma Rousseff.

Legado do PT em políticas para as mulheres

Os direitos da mulher brasileira sempre estiveram à frente do PT na busca pela consolidação de novos direitos de grupos sociais historicamente secundarizados. Confira, abaixo:

Da Redação, com informações da Universa