Quando vocês estiverem lendo este texto, que escrevi após encontrar-me com a presidenta Dilma, ontem no Alvorada, ao lado do ex-presidente Lula, ministros e os companheiros Boulos, do MTST, e João Paulo, do MST, uma imensa onda de solidariedade estará se espalhando por todo o País. Serão milhões de brasileiros e brasileiras vendo e ouvindo o pronunciamento histórico de uma líder que não se vergou – e não se dobra – diante dos poderosos. De uma mulher que doou a vida em defesa da liberdade e da democracia nos anos da ditadura e que agora enfrenta traidores, golpistas e usurpadores com fatos e argumentos, a desmontar a farsa engendrada para rasgar a Constituição e destruir conquistas econômicas, sociais, políticas, culturais e libertárias acumuladas nos últimos 13 anos.
O que está em jogo não é apenas o golpe contra uma presidenta eleita de forma limpa, livre e democráticas – o que por si só é de extrema gravidade. Também não se trata de condenar algum corrupto ou malversador de recursos públicos como muitos dispostos a depô-la em definitivo. Trata-se de cometer a maior das injustiças, que a condenação de uma inocente, pois Dilma, como já demonstrado inclusive nesta fase final do impeachment, não cometeu qualquer crime.
Ao surrupiarem o voto de 54 milhões de eleitores e eleitoras, os golpistas, se vitoriosos, imaginam passar impunes e decretar a paz e impor a estabilidade – como proclamam aos que espreitam abocanhar um pedaço do Pré-Sal, parcelas do território nacional e gordos lucros com o arrocho de trabalhadores e aposentados. Enganam-se, pois, governo sem voto, sem legitimidade, nascido de um golpe de estado não costuma durar. Pode ser derrubado nas ruas ou enxotado pelo julgamento das urnas, já no pleito de outubro.
Também quem estiver acompanhando o que se passa no Senado nunca vai se esquecer da coragem, destemor e competência de senadores e senadoras, do PT e de outros partidos, defensores da democracia, do mandato da presidenta Dilma e de um projeto de Brasil que os golpistas querem fazer retroceder.
Rui Falcão é presidente nacional do PT