Em apenas três anos, a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT-SP) tornou mais rápido e ágil o atendimento oferecido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em São Paulo.
O Samu foi criado no Brasil em 2004, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para ser um serviço público e gratuito de socorro para situações de emergência. O objetivo era justamente agilizar o atendimento e reduzir o número de mortes. Qualquer pessoa tem direito a discar 192 dentro de todo o país para ser atendido. Em São Paulo está a maior central de atendimento pré-hospitalar da América Latina.
“É o que a gente sempre busca: a excelência”, afirma o Diretor Técnico Médico do Samu, Luis Carlos Oliva de Paula, sobre o atendimento na cidade de São Paulo.
O médico é um dos responsáveis pelo funcionamento da central de operações, localizada no Bom Retiro, centro da cidade. Ali são recebidas todas chamadas e é organizado o atendimento aos cidadãos. “É o grande cérebro do Samu”, explicou.
Como funciona
O tempo-resposta, fator importante para garantir o melhor atendimento possível, depende de uma série de procedimentos, iniciados com a ligação do cidadão. Os números são baseados na média de deslocamento registrada no sistema de bordo das ambulâncias.
Em São Paulo, Luis Carlos explica que a primeira etapa é feita pelo Técnico Auxiliar de Regulação Médica (Tarm).
O Tarm pergunta o endereço e o telefone e, em seguida, abre um protocolo de triagem para fazer uma classificação inicial das ocorrências, com base na principal queixa – dor no peito ou desmaio, por exemplo.
Assim, é feita uma classificação de prioridade para o atendimento. Todos os casos são emergências, alguns com mais complexidade que outros. O processo final de triagem, incluindo a decisão de envio da equipe, cabe aos médicos reguladores.
Para o ele, o principal indicador de qualidade é o tempo-resposta. “Ninguém gosta de esperar. Quando você vai ao banco e fica esperando o caixa chamar, fica bravo. Qualquer situação de espera gera um desconforto. Quando gera um problema de saúde, este desconforto é ainda maior. Como alguém não está atendendo prontamente uma queixa de saúde?”, afirmou.
“Qual é o melhor Samu do Brasil? Aquele de uma cidade pequena, que tem uma ambulância, um hospital, e atende duas ou três ocorrências por dia? É claro que a complexidade do município de São Paulo é muito maior.”
O médico relata que já houve casos em que o parto aconteceu dentro da ambulância, ou até mesmo no instante em que a ambulância estava chegando.
“O que faz com que, quando a equipe chega, ela tenha que tomar todos os cuidados de levar a mãe para o hospital. É muito importante a participação do Tarm para orientar. Se a pessoa está dentro do metrô e o neném está saindo, até que a equipe esteja na cena, é preciso dar condições mínimas para quando a equipe chegar a situação estar sob controle”.
População em situação de rua
Dentro do Samu, existe uma orientação especial para atender população em situação de rua. “Diferentemente do que muita gente fala, de que o Samu não vai ao atendimento da população de rua. Mas o Samu não faz nenhum tipo de distinção a qualquer chamado”.
No período de outono e inverno de 2016, em que houve queda brusca da temperatura, o Samu deu atenção prioritária à população. De 1º de junho até 19 de julho, atenderam mais de mil casos.
“Qual é o melhor Samu do Brasil? Aquele de uma cidade pequena, que tem uma ambulância, um hospital, e atende duas ou três ocorrências por dia? É claro que a complexidade do município de São Paulo é muito maior. Os problemas são maiores, vão chegar queixas. E temos que buscar sempre a melhora do atendimento”, disse Luis Carlos.
Para facilitar o envio das equipes, os veículos estão distribuídos em todo município, e as bases estão descentralizadas, de acordo com a demanda da população. Ou seja, quanto mais populosa uma região, mais equipes terá.
O centro é uma das que, atualmente, tem grande demanda por conta da concentração populacional.
Na cidade de São Paulo, o Samu recebe 5 mil ligações diárias, resultando em até 1.200 ocorrências por dia. Existe esta diferença entre os números porque algumas ligações são equivocadas (casos de assalto, por exemplo), e ainda existem alguns trotes. Em casos de alta prioridade, o envio do socorro é imediato.
As pessoas que trabalham no Samu passam por uma capacitação, incluindo técnicos, enfermeiros, médicos e condutores de emergência. Periodicamente fazem cursos de atualização. Operam 2 mil funcionários em média na capital.
“O Samu funciona. Acho que quem pode responder se funciona é a ouvidoria. A gente tem muitos casos de elogios. Todos os casos em que o Samu chega e atende, somos elogiados”, avalia.
Por Daniella Cambaúva da Agência PT de Notícias