Em paralelo ao fechamento temporário da sede da Casa da Mulher Brasileira – centro de acolhimento e atendimento humanizado às mulheres – no Distrito Federal, a Secretaria de Segurança Pública local verificou um aumento no número de casos de feminicídios na região. A situação levou o Coletivo de Mulheres da CUT Brasília a pressionar o governo distrital pela reabertura do espaço, já que, segundo o grupo, seu fechamento dificulta ainda mais a aplicação da Lei Maria da Penha.
Foram 15 assassinatos de mulheres na capital federal neste primeiro semestre, contra 10 registrados no mesmo período do ano passado. O levantamento da secretaria também apontou que mulheres entre 30 e 50 anos de idade correspondem a 50% das vítimas e que 79% dos casos acontecem dentro das residências das vítimas.
Para a secretária de Políticas para as Mulheres da CUT-DF, Sônia de Queiroz, uma das articuladoras do pedido de reabertura da Casa da Mulher Brasileira, a diminuição da violência passa pela implantação de políticas públicas e da garantia de atendimentos humanizados. “É importante a gente ter um local em que as mulheres do subúrbio, todas as mulheres do Distrito Federal e entorno, saibam onde procurar todos os serviços, os de delegacia e os psicológicos”, defende.
A sede da Casa da Mulher Brasileira está em obras desde abril. No entanto, há mais de um ano, por conta de problemas estruturais no prédio, não eram oferecidos serviços como o acompanhamento psicológico e a transferência das vítimas para abrigos temporários, atendimentos reconhecidos como essenciais pelo Programa Mulher, Viver Sem Violência, do governo federal.