A Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovou nesta quinta-feira (14) relatório de autoria da senadora Fátima Bezerra (PT-RN) orientando o arquivamento da proposta de iniciativa popular que solicitava a revogação da lei que instituiu o educador Paulo Freire como patrono da educação brasileira.
Na avaliação da senadora, a Sugestão 47/2017 é nitidamente derivada do processo de “fascistização de setores da sociedade brasileira”, que tem sido marcado, segundo ela, “pela intolerância e variadas formas de preconceito, discriminação e opressão”.
Paulo Freire é autor de uma teoria do conhecimento que mostra a necessidade de o educador (aquele que tem o saber sistematizado) se aproximar do educando em uma relação dialógica, problematizando o vivido na busca de um novo conhecimento que só pode significar liberdade e emancipação, nunca doutrinação.
Para Freire, a relação entre educador e educando é uma relação entre iguais: homens e mulheres que se encontram no mundo e que são, ambos, sujeitos no processo de humanização.
“Não faz nenhum sentido a acusação de que os problemas da educação brasileira se devem a Paulo Freire. Afirmá-lo seria o mesmo que dizer que o diálogo, a busca de consensos, o respeito ao ponto de vista do outro, a liberdade, a não-violência e a autonomia dos sujeitos são práticas nocivas”.
“É exatamente disso que a sociedade brasileira mais precisa hoje, de forma a recompormos o tecido social esgarçado por discursos de ódio e tentativas de anulação das diferenças de forma violenta”, destacou a senadora. Assim, a Sugestão foi arquivada e o educador Paulo Freire é mantido como patrono da educação brasileira.
Do PT no Senado