Partido dos Trabalhadores

Silvio Costa: Números da oposição sobre golpe são fantasias

Para o deputado, a oposição está colocando em risco a presidência de uma das maiores democracias do mundo

Deputado Silvio Costa (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

Para o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), os parlamentares de oposição ao Partido dos Trabalhadores (PT) são os mais irresponsáveis da história do Brasil. Segundo ele, este grupo está permitindo que um deputado citado em casos de corrupção, Eduardo Cunha (PMDB), junto do vice-presidente, Michel Temer (PMDB), liderem um golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.

Em seu discurso na tribuna da Câmara dos Deputados feito neste sábado (16), Costa afirmou que a política precisa ser encarada com mais seriedade e que, na votação de domingo (17) “não vão derrubar presidenta Dilma”.

“Vi um deputado do PMDB pegar um placar e dizer que hoje estão com 367 votos. Deixa eu te falar: esta guerra de números é profundamente natural. Mas, amanhã, estaremos discutindo a Presidência de uma das maiores democracias do mundo. Estes números da oposição são fantasias, são ilações”, disse.

Costa condenou a banalização da política e criticou a indispostição de parlamentares oposicionistas para discutir as propostas para o Brasil apresentadas pelos governos do PT. “Política é lugar de gente de bem mas, infelizmente, está lotada de ‘homens de bens’. Não é o cargo que está sendo discutido ‘não liberarm meu cargo, vou cassá-la.’ É a democracia, o respeito às pessoas, a 54 milhões de brasileiro e consagraram pela Constituição, pelo voto livre e soberano o mandato de Dilma”.

O deputado questionou a integridade de alguns parlamentares favoráveis ao impeachment e argumentou há outros interesses além de derrubar o governo, livrar Eduardo Cunha de investigações ele poderia enfrentar. “Nós estamos produzindo aqui o julgamento mais injusto da história do Brasil. A presidenta Dilma, quando tinha 18 anos, foi torturada e gritou nos porões da ditadura. Ela não dedurou ninguém e aguentou firme. Nos últimos 40 dias, é o segundo momento de tortura que parte da elite brasileira está fazendo com Dilma”.

Sílvio Costa denunciou também os acordos feitos por Cunha e Temer para conseguir derrubar o governo, barganhando cargos em um eventual mandato presidido pelo atual vice-presidente. “Este é um julgamento político, fruto do ódio. Sabe como foi esta articulação? Eu não estou indo no pessoal, estou indo na história. Entrou um outro cara, Michel Temer, eu até gostava dele, mas peguei nojo dele. Faz dois anos que ele está conspirando contra a presidenta”.

Cunha não estava no plenário quando Costa fez seu pronunciamento (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

Sobre o presidente da Câmara, o deputado comentou que “depois que descobriram as contas dele na Suíça, parei de bater no Eduardo Cunha. Porque lá no Nordeste a gente fiz assim: ninguém chuta cachorro morto. Mas hoje vou ter que bater porque cachorro continua latindo”.

Costa fez um apelo para os deputados defenderem a legitimidade dos 54 milhões de votos porque, daqui a uma década, será um desafio para os professores de história explicar como “um homem, que já deveria estar preso, um bandido – Eduardo Cunha – deveria estar em Curitiba, ladrão” conduziu um impeachment contra uma presidenta que não é acusada de nenhum crime.

“Meus amigos, o Brasil precisa saber a seguinte história: este pedido de impeachment é fruto do ódio e da vingança de Eduardo Cunha. Ele disse: eu vou cair, mas antes vou derrubá-la, e começou esta conspiração”, criticou.

Segundo ele, uma das grandes motivações de alguns que se manifestaram pelo impeachment é a preocupação “com a maior delação premiada que vai acontecer na história: a de Cunha. Por isso não querem que ele vá para a cadeia”.

“Sou de Pernambuco, e homens e mulheres de Pernambuco só se curvam para agradecer (…). Pernambuco é o berço da democracia, berço da liberdade. Meus amigos, esta sessão de hoje não deveria existir”, lamentou. Em sua fala, lembrou a história dos pernambucanos Frei Caneca, herói da Revolução de 1817, Gregório Bezerra, vítima da ditadura, morto arrastado por um jipe da repressão e Josué de Castro, médico e ativista do combate à fome.

Da Redação da Agência PT de Notícias