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Olá, coleguinhas.
Eu resolvi fazer esse vídeo em clima de solidariedade, no momento que nós estamos passando, de denúncia e enfrentamento a esse governo que não compreende que esse nosso país é desigual. E, enquanto muitas pessoas estão em casa, muitas estão em situação de rua, muitas pessoas que dependem do próprio trabalho, trabalho informal muitas vezes, trabalhadoras domésticas.
É um absurdo ver uma trabalhadora doméstica de 63 anos que morreu, por conta da patroa que veio da Itália. E fazer um recorte da presença das mulheres nisso tudo.
Esse mês de março é um mês de muitas mobilizações. No 8 de março, as mulheres foram às ruas, as mulheres contra o Bolsonaro. E é preciso manter esse processo de mobilização, fizemos o barulhaço também. É preciso manter esse clima de mobilização sobretudo do ponto de vista de solidariedade, olhando para as pessoas que precisam de ajuda de verdade.
Essa quarentena separa quem tem e quem não tem condições.
É por isso que eu quero fazer um chamado às mulheres, sobretudo às mulheres do PT, as mulheres que organizaram esse 8 de março, que marcharam nas ruas, para que a gente tenha esse olhar de solidariedade para os idosos. Na nossa própria rede de contato tem uma pessoa ou outra, que a gente não sabe o que está passando, se tem o que comer, se não tem, se está precisando de remédio ou não.
Essa nossa solidariedade, que é característica das mulheres, precisa permanecer e ser muito mais forte.
Mais do que botar um recadinho na porta, é fazer uma lista de contato e tentar identificar quem está precisando de ajuda e, de forma muito segurar, tentar poder ajudar.
A nossa preocupação é com as mulheres que ficam com o cuidado. O cuidado que não é de agora, é desde sempre. Para as mulheres, ficam sempre as tarefas de cuidado. O cuidado das crianças, dos filhos, das filhas, dos idosos, das pessoas doentes — e me preocupa também a situação dessas mulheres.
Por isso, a nossa rede aqui, sobretudo das mulheres do PT, a gente precisa olhar para essas mulheres. Fazer nosso contato, ver se está tudo certo, se a gente pode ajudar com alguma coisa, de forma muito segura.
E é claro, não esquecer: lavar as mãos e usar álcool em gel. Claro, para quem tem álcool em gel, porque até isso virou um privilégio. As pessoas não entendem que dividir faz com que a contaminação não aumente. É muito importante lavar as mãos e ficar em casa. Por isso, essa rede de solidariedade tem que ser com quem está próximo e sem muito contato.
A gente enfrenta uma situação muito grave com retirada de direitos, a PEC que retirou dinheiro da saúde,
É preciso olhar com muito carinho para a situação de quem mais precisa.
E ter em vista que, passando esse momento de quarentena, nós continuaremos enfrentando esse governo que nem sequer esse presidente sabe e tem condições de colocar uma máscara na cara dele.
Então, sigamos vigilantes, muita solidariedade, um abraço fraterno a todas vocês.
Eu estou aqui, em quarentena, ainda mais meu sangue que é de índio, tenho que ficar em casa mesmo.
Um abraço fraterno a todas vocês, de muita solidariedade e de muita denúncia nas redes também, porque esse governo é o causador do aprofundamento da desigualdade social.
Fiquem firmes, porque passando isso é luta e rua de novo!
Um abraço
Anne Karolyne, secretária nacional de mulheres do PT