Os ministros Supremo Tribunal Federal (STF) querem que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) dê seguimento à investigação sobre a criação de uma fundação pelos procuradores da Lava Jato, entre eles Deltan Dallagnol. A operação queria criar um fundo para gerir R$ 2,5 bilhões de dinheiro público recuperados dos desvios da Petrobras.
O ministro Alexandre de Moraes tem insistido junto ao CNMP para que a investigação seja feita, mas até agora o corregedor do órgão, Rinaldo Lima, não inciou a apuração, apesar de ter recebido ofício do magistrado em setembro de 2019, segundo informação da coluna Painel da Folha de S. Paulo. Ainda de acordo com a publicação, Moraes teria apontado supostas ilegalidades de membros do MPF e exigiu a investigação.
Curiosamente, Lima é o mesmo que operou um verdadeiro ‘milagre’ para salvar Dallagnol de denúncias. O corregedor arquivou, em 19 de dezembro, seis reclamações disciplinares apresentadas ao CNMP contra Deltan. O que pode parecer uma invejável eficácia de Lima, na verdade soa mais como descarada proteção para isentar Deltan de possíveis penas ou condenações: dos seis despachos analisados, cinco foram assinados pelo corregedor em menos de 20 minutos, entre 18h51 e 19h07.
É válido lembrar que entre as inúmeras denúncias contra Dallagnol há também a representação, apresentada pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, que coloca o nome do procurador no centro de um dos maiores escândalos do país, inaceitável em qualquer nação democrática.
Dallagnol e outros procuradores teriam articulado o pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes, do Supremo. A peça também foi motivada por notícias compartilhadas pelo site The Intercept Brasil a partir de troca de mensagens vazadas do celular de Deltan.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da coluna Painel