A terceirização irrestrita no setor financeiro coloca em risco o sigilo bancário, além de gerar perigo para a economia brasileira, pois permite que decisões necessárias sobre aplicações, concessões de crédito e outras atividades fiquem fora do controle de trabalhadores que possuem habilidades para desempenhá-las, segundo a presidenta do Sindicado dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, em entrevista ao Viomundo.
No dia 30 de agosto, o Supremo Tribunal Federal aprovou a terceirização irrestrita, que permite terceirizar a contratação de trabalhadores e trabalhadoras para todas as atividades da empresa, inclusive as principais, e precariza ainda mais a vida deles.
A aprovação afeta diretamente as empresas e trabalhadores de todo o país. Diminuição de salários, aumento de jornadas, acidentes de trabalho e a rotatividade são algumas das consequências que a terceirização traz.
No setor bancário, assim como em outros setores, a terceirização irrestrita acaba com direitos dos trabalhadores, como férias, décimo terceiro salário, auxílios, entre outros. Além disso, o trabalhador terceirizado recebe cerca de 27,4% da renda anual de um trabalhador bancário, em um ano.
Os correspondentes bancários que inicialmente foram contratados como alternativa de atendimento em lugares que não havia agência bancária, são um exemplo de terceirização. Atualmente, eles se encontram em grandes cidades de todo o país, e são utilizados como forma de reduzir custos pelos bancos, já que normalmente recebem salários baixos e possuem jornada de trabalho de 44 horas semanais. Apesar de realizarem o mesmo trabalho dos bancários, não possuem os mesmo direitos.
Além disso, os locais que possuem esse atendimento não são obrigados a seguir as normas de segurança das agências bancárias, dessa forma colocam em risco os trabalhadores e também os clientes.
Para Ivone, a terceirização irrestrita trará consequências muito graves para o Brasil, pois prejudica a economia, ao enfraquecer o consumo das famílias, afeta a classe trabalhadora, maleficia o Estado que perde arrecadação com os impostos sobre a folha salarial reduzidos, e só beneficia os empresários.
Por Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Viomundo