Enquanto Temer dá aumento pra ministros, STF vota terceirização

Aumento salarial vai custar mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos e irá comprometer orçamento do governo para investimentos

EBC

Ministros do STF

O salário dos ministros do STF, que já estava entre o 1% mais alto do Brasil, passará a patamares ainda mais elevados, chegando a R$ 39,2 mil reais por mês, após Temer aprovar um aumento de 16,38%. O impacto deve chegar a R$ 1,1 bilhão de reais, levando em conta também os servidores do Executivo, segundo informou a Folha.

Como os salários do tribunal servem de referência para outras carreiras públicas, o efeito cascata nos estados pode chegar a R$ 2,5 bilhões.

A decisão veio no momento em que o próprio STF votava a terceirização irrestrita, precarizando ainda mais a vida do trabalhador brasileiro. Finalizado nesta quinta-feira (30), o placar ficou em 7 votos a favor – e contra o trabalhador – e 4 votos contra. Votaram pela terceirização irrestrita os ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. Foram contrários os ministros Rosa Weber, Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello.

A terceirização, junto com a Reforma Trabalhista promovida pelo governo golpista, praticamente acaba com os direitos trabalhistas do povo brasileiro, como férias, décimo terceiro salário, entre outros benefícios, além de ser responsável por salários mais baixos.

Com isso, atividades fim, como os professores das escolas, os médicos dos hospitais, poderão ser terceirizados, precarizando o trabalhador da ponta.

Para convencer o golpista, os ministros do STF aceitaram acabar com o auxílio-moradia, porém, a economia será de apenas R$ 530 milhões ao ano, enquanto o aumento acarretará mais R$ 930 milhões somente com despesas decorrentes do aumento salarial para juízes. O fim do auxílio moradia, contudo, não valerá para a magistratura dos estados, que também será beneficiada pelo aumento.

O orçamento de 2019 deverá ser entregue ao Congresso nessa sexta-feira (31), já com a previsão de aumento, mas não se sabe ainda de quais áreas o dinheiro sairá para compensar os novos gastos. Técnicos da Câmara preveem que será preciso fazer cortes nos investimentos, fundamentais para a retomada econômica.

Também será preciso destinar mais recursos do Orçamento do Executivo para compensar o estouro do teto pelo Judiciário federal – que estava estimado em R$ 1,8 bilhão, sem o reajuste. Somando com o descumprimento do teto pelos demais Poderes, o valor já chegaria a R$ 2,2 bilhões.

Da redação da Agência PT de notícias, com informações da Folha

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