Partido dos Trabalhadores

Típico bolsonarista, George Washington se acovarda e fica calado na CPMI

Condenado por tentar explodir um caminhão na área do aeroporto de Brasília utiliza habeas corpus e se recusa a responder parlamentares

Jefferson Rudy/ Agência Senado

O bolsonarista George Washington: valente com seus explosivos e armas, covarde diante da verdade

Condenado por tentar explodir um caminhão de combustível na área do aeroporto de Brasília, na véspera do Natal de 2022, George Washington de Oliveira Sousa agiu como um típico bolsonarista e se acovardou diante da CPMI do Golpe, na qual foi convocado a depor nesta quinta-feira (22).

Beneficiado por um habeas corpus que lhe deu o direito de não responder as perguntas feitas pelos parlamentares, Washington disse que ficaria calado na grande maioria das vezes. E só respondeu a questionamentos quando, claramente, queria gerar confusão nas investigações, como quando disse que o Exército havia identificado “infiltrados” no acampamento dos golpistas em Brasília.

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No mais, se recusou a confirmar o que disse em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, se recusou a informar quem o ajudou financeiramente a adquirir armas e explosivos e não explicou como conseguiu se manter em Brasília durante semanas, após sair do Pará, onde trabalhava em postos de combustíveis pertencentes a familiares.

“O senhor era tão valente. Agora, preso como terrorista, está aí calado ou mentindo. Mente para continuar protegendo o Bolsonaro. O senhor realmente é um bolsonarista convicto, fiel. Mas está sozinho, viu? Porque aqui todos o abandonaram”, disse a ele o deputado federal Rogério Correia (PT-MG).

O deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) também destacou como George Washington é o típico apoiador de Jair Bolsonaro. “O senhor tem a cara do bolsonarismo. É muito valente e, quando chega aqui, fica caladinho, querendo fugir para não ter que responder. Usa o nome de Deus em vão. Na sua carta [escrita a Bolsonaro e encontrada no celular de George], o senhor fala ‘o que Deus deseja está no coração’ e, logo depois, coloca uma bomba no aeroporto de Brasília. Tem a cara do bolsonarismo também porque foi incompetente, fracassou, graças a Deus. E também é a cara do bolsonarismo porque ia lá no acampamento, articular como dar um golpe de Estado.”

Como George se recusou a colaborar com a CPMI, os dois deputados petistas anunciaram que vão entrar com pedido de quebra de sigilo das empresas da família que empregavam o criminoso. Correia e Pereira Júnior acreditam que, assim, terão pistas sobre quem financiou a tentativa de golpe ocorrida em 24 de dezembro.

Ataques relacionados

Mais cedo, a CPMI ouviu três policiais civis do Distrito Federal que investigaram a tentativa de explosão: os peritos criminais Renato Martins Carrijo e Valdir Pires Dantas Filho e o delegado Leonardo de Castro Cardoso, diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor).

Segundo os três, não resta dúvidas de que o atentado foi planejado e executado por George, Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo, este último ex-assessor do Ministério da Mulher durante a gestão de Damares Alves.

Dantas Filho disse que, se a bomba colocada no caminhão tivesse funcionado, poderia, no pior dos cenários, causar a explosão dos tanques de combustível do caminhão e colocar em risco a vida de pessoas num raio de até 300 metros.

Já o delegado Cardoso confirmou que uma carta dirigida a Bolsonaro foi encontrada no celular de George Washington e confirmou que, em depoimento, o bolsonarista disse ter agido com o intuito de criar um caos no país que levasse à decretação de um Estado de Sítio e, assim, impedir a posse de Lula.

O delegado também confirmou que tanto Alan Diego quanto Wellington Macedo participaram dos ataques nas ruas de Brasília em 12 de dezembro, quando bolsonaristas queimaram carros e ônibus, danificaram postes de energia e tentaram invadir a sede da Polícia Federal na capital. E que os três frequentavam o acampamento em frente ao QG do Exército, de onde partiram os golpistas em 8 de janeiro.

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“Foi uma tentativa de golpe de Estado. Fracassada. Quando fracassou a primeira, em 24 de dezembro, aconteceu a segunda, em 8 de janeiro. Dizer que um ato não está relacionado com o outro é um equívoco”, ressaltou Rubens Pereira Júnior.

Da Redação