Acabar com o desmatamento nos primeiros três meses de 2023 e recuperar o protagonismo do Brasil na proteção ambiental foram destaques na coletiva de imprensa do Grupo Técnico de Meio Ambiente do gabinete de transição de Lula. O evento aconteceu na tarde desta quarta-feira, 30, em Brasília.
No evento, o ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc (PSB/RJ), ressaltou que política ambiental do país foi arrasada no governo de Bolsonaro e que, com Lula, “acabou a impunidade”.
“Vai haver redução forte e imediata do desmatamento já no primeiro trimestre do governo Lula. Acabou a moleza, a impunidade”, afirmou. “A tarefa não é pequena. Medidas imediatas: fortalecer o Ibama. Segundo a revogação de decretos. Alguns são os que impedem aplicações de multas. Outros impedem a fiscalização de madeiras”, disse.
Aloizio Mercadante afirmou que o relacionamento com os Ministérios sob a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) é “desigual” e criticou a falta de transparência.
“A relação com o governo tem sido desigual. Em alguns Ministérios sentimos colaboração, reconhecimento republicano das eleições, depois farei o reconhecimento. Com outros é muito mais difícil, uma resposta protocolar. Tem Ministério que durante a pandemia se especializou em passar a boiada e tem muita dificuldade em compartilhar informações”.
Desmatamento aumentou com Bolsonaro
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os índices de desmatamento na Amazônia aumentaram 59% durante o governo Bolsonaro em relação aos quatro anos anteriores.
Estatísticas do Inpe também apontam 3.332 focos de calor entre os dias 1º e 16 de novembro de 2022 no Amazonas, no Acre e em Rondônia, um aumento de 1.216% na comparação com os 253 incêndios registrados nos três estados no mesmo período de 2021.
Com Lula, desmatamento caiu 67%
No governo de Lula, a taxa de desmatamento caiu 67%, segundo informações publicadas em outubro de 2022 pela BBC.
O ex-governador do Acre Jorge Viana (PT) afirmou que existe no Brasil “um problema muito sério pelos maus tratos com populações indígenas e descaso com o meio ambiente”. Segundo ele, é necessário mudar “normativas que desmontaram estrutura para trabalhar com o meio ambiente”.
“Número de servidores para trabalhar na fiscalização é assustador, falta de recursos para combate incêndio… é praticamente impossível enfrentar. Nossas medidas têm de levar em conta mudanças no modelo de produção, levar em conta 28 milhões que vivem na Amazônia”.
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Fortalecimento da democracia e desmatamento zero até 2030
A ex-ministra Marina Silva (PSB-SP) disse que, “se não dermos conta de reduzir desmatamento, perda da biodiversidade, a gente não vai conseguir nada”.
“Temos três pilares: um é o fortalecimento da democracia, combate à injustiça sociais. São 33 milhões vivendo com R$ 1,30 por dia, e o desafio de proteger as bases naturais do desenvolvimento. Temos vontade de cumprir a meta de desmatamento zero até 2030. Combate a atividades ilegais, ordenamento fundiário e apoio a atividades de produtos sustentáveis. O desenho de como isso vai se configurar. Vamos criar instrumentos modernos. Em 2003 fomos capazes de pensar políticas públicas que fizeram diferente”.
Da Redação, com informações do Brasil 247