O presidente Donald Trump, nomeou neste final de semana a sinistra figura de Elliott Abrams como enviado especial dos Estados Unidos na Venezuela. Anunciado pelo secretário de Estado Mike Pompeo, Abrams tem a missão de “restaurar a democracia” no país latino-americano. Ex-diplomata, o “embaixador” de Trump é obscuro personagem da guerra suja, envolvido com venda de armas, financiamento de guerrilhas e organização de golpes de Estado.
“Quantos golpes de estado, quantas ditaduras se estabeleceram no continente sob o pretexto de “defender a democracia”? E sempre de acordo com os interesses dos Estados Unidos”, questionou o PT, em nota divulgada na semana passada. Na nota, o Partido dos Trabalhadores alertou que “não compete ao Brasil nem a outros países decidir quem deve ou não deve governar a Venezuela”. Para o PT, a intervenção estrangeira na Venezuela remete a América Latina de volta ao século passado; ao tempo da Guerra Fria.
Massacre de civis
Nos anos oitenta, Elliott Abrams foi secretário de Estado adjunto de Direitos Humanos da administração do presidente Ronald Reagan. Nessa condição, organizou o apoio dos Estados Unidos aos ditadores na Guatemala, El Salvador e Honduras. A passagem pela função tem registros de campanhas ostensivas de repressão e patrocínio de esquadrões da morte. Em El Salvador, pesa sobre ele a acusação de mentir sobre o massacre, com requintes de terror, de cerca de mil pessoas, entre homens, mulheres e crianças.
Ataque à Nicarágua
Abrams também tem em seu histórico de ataques aos povos latinos o escândalo Irã-Contras, no qual foi acusado e condenado por esconder a “missão” do Congresso. Entre 1985 e 1986, apesar da proibição do Senado, altos funcionários do governo autorizaram a venda de armas ao governo iraniano, na guerra Irã-Iraque. Com os recursos obtidos, os envolvidos financiaram o movimento armado criado pelos Estados Unidos para atacar o governo sandinista da Nicarágua. Indultado por George Bush, na década de noventa fundou o Projeto Novo Século Americano, formado por neoconservadores belicistas.
Golpe contra Chávez
Em sua folha de desserviços à América Latina, não é a primeira vez que Abrams é associado à ataques à Venezuela. Ele foi peça-chave na tentativa de golpe de Estado contra o presidente Hugo Chávez, em 2002. Assim como agora, naquela vez cumpriu a missão de fazer a ponte entre os interesses dos Estados Unidos e os golpistas na Venezuela. Um ano depois, foi um dos mentores da guerra contra o Iraque, movida pelos mesmos interesses atuais, a tomada do petróleo do país. A Venezuela detém 20% das reservas mundiais de petróleo, localizadas a cerca de cinco dias das refinarias do Texas.
Por PT no Senado