Líderes de todo o mundo não têm medido esforços para combater o coronavírus e seus impactos sociais e econômicos. Até mesmo Donald Trump, que inicialmente minimizou a pandemia, voltou atrás e tem defendido tanto o isolamento quanto medidas assistenciais para as famílias. Já o despreparado presidente brasileiro segue negando a crise e espalhando fake news, além de enrolar para sancionar a renda mínima básica, projeto do ex-senador Eduardo Suplicy, que foi aprovada pelo Congresso Nacional.
Embora Jair Bolsonaro tenha feito um pronunciamento menos agressivo do que anteriores, na noite desta terça-feira (31), ele novamente disseminou fake news no discurso e, na manhã desta quarta-feira (1º) voltou a atacar os governadores. Para a deputada federal Margarida Salomão (PT-MG), a postura ambígua de Bolsonaro em relação a crise do coronavírus evidencia seu isolamento político.
“Ele expressa de uma forma muito radical e tosca uma espécie de populismo autoritário, que não tem outra forma de se comunicar se não pela radicalidade. A perda de apoio de Bolsonaro está patente na Câmara, inclusive de parlamentares conservadores”, aponta a petista em entrevista à TV PT. Ainda segundo a deputada, a falta de comando da Presidência da República está sendo suprida pela Legislativo: “o que precisamos constatar é que o Parlamento está tomando o protagonismo político diante do caos do Executivo, quando você vê um presidente conflitando com seu próprio ministro da Saúde”, destaca Salomão.
O cientista político William Nozaki também apontou as contradições de Bolsonaro. “A conjuntura está muito convulsiva e muda rapidamente. A impressão que temos é de que Bolsonaro usou uma estratégia no pronunciamento para parecer razoável, mas imediatamente depois fez o contrário nas redes sociais. Essa estratégia de fazer uma comunicação contraditória foi usada na campanha eleitoral e funcionou, mas não funciona no contexto de crise”, destaca Nozaki que avalia que a crise do coronavírus evidenciou o fracasso do projeto neoliberal do governo:
“A crise evidencia os limites de um projeto que não tem nada a dizer e nada a fazer. Estamos diante de um momento em que a conjuntura impôs uma nova agenda que explicita todas as contradições e limites que víamos apontando, sobre a condução da política e da economia, a partir de uma lógica neoliberal. A pandemia do coronavírus expressa a crise do neoliberalismo. Como vi nas redes sociais, uma brincadeira, a mão invisível do mercado não passa álcool em gel. É um momento oportuno para a gente reafirmar a importância e o papel do Estado”, finaliza.
Assista a íntegra da entrevista na TV PT
Da Redação da Agência PT de Notícias