É sabido que Bolsonaro apresentou mais de 170 projetos – e aprovou só dois. Mas, analisando o dados da Câmara dos Deputados, chama atenção o interesse súbito do parlamentar em um assunto que não tinha merecido sua atenção nesses quase 30 anos: a internet.
Só em 2017, ele lançou dois projetos focados no WhatsApp e outros aplicativos. O primeiro, a respeito dos pacote de internet para celulares no Brasil (PL 6944/2017). Depois, para garantir que só o STF pudesse decidir sobre o funcionamento de aplicativos de troca de mensagens (PEC 347/2017).
Em entrevista à RedeTV em 2015, o candidato já havia dito ser a favor do “vale tudo” no ambiente digital quando foi questionado sobre notícias falsas. Bolsonaro também votou contra o Marco Civil da Internet, a lei que estabelece princípios e garantias que tornam a rede livre e democrática no Brasil.
A ‘terra de ninguém’ é essencial para a tática de Bolsonaro e seus apoiadores. É no WhatsApp que nascem as maiores mentiras que confundiram tanta gente neste primeiro turno. De acordo com a Folha de S. Paulo, uma equipe de marketing distribui vídeos, mensagens e memes do candidato e de seus filhos para cerca de 1500 grupos.
Um levantamento da Agência Lupa mostra que, das 10 fake news mais populares que seus checadores desmentiram, TODAS favorecem Jair Bolsonaro de alguma maneira. Esse lixo digital chegou a ser compartilhado 865 mil vezes no só no Facebook.
Essa campanha virtual de desinformação atrapalha o debate honesto e sadio que o Brasil merece nessas eleições, tão cruciais para a democracia. Ajude a combater essas mentiras clicando aqui.
Atuação inexpressiva
A (inexpressiva) atuação parlamentar de Bolsonaro se dedicava majoritariamente aos interesse dos militares. Nos sete mandatos que teve em 28 anos na Câmara, propôs desde anistia de multas do oficialato até inutilidades como o Dia do Detetive Profissional, liberar palmas após o hino nacional, e batizar a faixa costeira do país de ‘Mar Médici’ (sim, o mesmo dos Anos de Chumbo da ditadura).
Noutra ponta, brigava para retirar direitos das mulheres, LGBTs e do povo pobre, como quando tentou proibir transsexuais de usar o nome social em escolas e delegacias e propôs “carta branca” aos policiais que atuam na intervenção federal no Rio. Ele também é coautor do PL que desobriga o SUS a atender vítimas de violência sexual.
Da Redação Agência PT de Notícias