Depois dos cortes no orçamento da educação que levaram milhares de pessoas às ruas do País, Jair Bolsonaro, cumprindo sua agenda retrógrada e de retirada de direitos, lançou o famigerado programa Future-se. Sem consultar instituições de ensino, entidades de professores e reitores federais, o programa flerta, de maneira perigosa, com a iniciativa privada e pode ser a pá de cal do ensino público superior brasileiro.
Desde então, ex-ministros, alunos, reitores e faculdades têm ido a público denunciar esse absurdo. Na noite de terça-feira (24) foi a vez das universidades paulistas se posicionarem e lançarem um manifesto sobre o Future-se. O documento é assinado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal do ABC (UFABC) e pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP).
O manifesto ressalta a importância da autonomia das universidades federais, reafirmando que a decisão de aderir ao Future-se será tomada pelos Conselhos Superiores de cada instituição. As universidades e institutos também “lembram ao MEC” que suas fundações já executam medidas previstas no Future-se e que, se retiradas de suas responsabilidades ou alteradas, poderão prejudicar economicamente as instituições. “Das propostas de Parcerias, Captações, Doações, Patrocínios e Incentivos apresentadas pelo Programa Future-se, diversas delas já são utilizadas pelas IFES, IFS e suas Fundações, originando recursos suplementares aos seus orçamentos públicos e resultando em projetos inovadores e de impacto econômico e social”, traz o documento.
Entidades se posicionam
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que reúne os reitores de todas as universidades federais do país, criticou o modelo “tudo ou nada” de adesão ao Future-se.
O ex-ministro da Educação Renato Janine alerta para a instabilidade do mercado, que viria a ser grande responsável pelo financiamento das instituições: “O mercado é, por definição, instável. Pode subir ou cair. Logo, o orçamento das universidades poderia aumentar, mas também poderia cair. É um risco muito grande”.
Nesta segunda-feira (22), alunos e professores da Universidade Federal da Paraíba criticaram o Future-se. Integrantes da comunidade acadêmica receberam mal a proposta apresentada pela reitora da universidade, Margareth Diniz. Posicionaram-se contra o presidente da Associação dos Docentes da UFPB (ADUFPB), Cristiano Bonneau; a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba (Sitespb), Geralda Vítor, e a deputada estadual Cida Ramos (PSB).
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Da Redação da Agência PT de Notícias