Jair Bolsonaro adora se apresentar como um defensor da família. Mas que tipo de defensor é esse que atenta contra um dos bens mais preciosos das famílias: suas crianças? É o que o atual presidente faz ao insistir em sua campanha contra a vacinação dos pequenos.
No fim de semana, em Eldorado (SP), Bolsonaro voltou a dizer que não é necessário imunizar crianças contra a Covid-19, mesmo com os especialistas e sociedades médicas afirmando o contrário. Ele também classificou as mortes de crianças no Brasil por coronavírus de “insignificantes”.
“Algumas morreram? Sim, morreram, lamento profundamente, mas é um número insignificante.” Foi essa a frase dita por Bolsonaro a jornalistas. Ao afirmar isso, ele não só incentiva pais e mães a não vacinar seus filhos, como despreza a dor dos familiares das 1.544 crianças de 0 a 11 que morreram por causa da Covid-19 no Brasil, segundo dados trazidos pela Folha de S. Paulo.
Vacina é necessária sim
Uma única morte de criança não é insignificante. Que dirá 1.544. E a Covid-19 é uma ameaça sim à vida dos pequenos. Especialistas e sociedades médicas são categóricos ao dizer que a imunização nessa faixa etária é necessária. Levantamento do site Poder 360 mostrou que o coronavírus foi responsável por 7% das mortes de crianças de 5 a 11 anos no Brasil em 2020.
“Hoje, a Covid é a doença prevenível por vacina que mais mata crianças e adolescentes”, já alertava, em novembro passado, em entrevista ao jornal O Globo, o presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o infectologista Renato Kfouri.
Mesmo assim, Bolsonaro e seu ministro da Saúde cúmplice, Marcelo Queiroga, fazem de tudo para dificultar o acesso das crianças à vacina. É importante lembrar como os dois têm agido: técnicos da Anvisa que recomendaram a vacina para a faixa etária dos 5 aos 11 anos sofreram ameaças após o atual presidente criticá-los; por ordem de Bolsonaro, Queiroga inventou uma consulta pública sobre o tema apenas para atrasar o início da imunização; e, na semana passada, ambos exploraram o problema cardíaco de uma criança que nada tinha a ver com a vacina só para continuar com seu discurso criminoso, que pode levar alguns pais a não proteger seus filhos.
Desprezar a palavra de cientistas e colocar em risco a vida de crianças brasileiras só para manter seu discurso negacionista e antivacina é, sem dúvida, uma das maiores atrocidades já cometidas por Bolsonaro. E é ainda mais chocante que ele conte com o apoio de um médico, Marcelo Queiroga. As famílias brasileiras devem ignorar esses dois inimigos e proteger seu pequenos, que são o futuro do país.
Da Redação