Réu confesso, crime 1: Negacionismo, a propaganda da morte

Iniciada hoje, série Réu Confesso mostrará como não restam dúvidas de que Jair Bolsonaro é o principal responsável pelo altíssimo número de mortes por Covid-19 no Brasil

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Bolsonaro enganou os brasileiros, levando-os à morte

Às vésperas da instalação da CPI da Covid pelo Senado, a Casa Civil da Presidência da República passou aos ministérios uma tarefa inglória: reunir justificativas que ajudassem na defesa de Jair Bolsonaro. Para organizar o trabalho, foi feita uma tabela contendo 23 crimes cometidos pelo governo federal ao longo da pandemia, o que acabou resultando, após divulgação do documento pelo site UOL, numa clara confissão de culpa pela morte de quase 400 mil brasileiros em decorrência do novo coronavírus.

No item 2 dessa lista, a Casa Civil escreveu: “O Governo minimizou a gravidade da pandemia (negacionismo)”. Que desculpa o órgão chefiado pelo general Luiz Eduardo Ramos espera conseguir para tal afirmação se Jair Bolsonaro fez exatamente isso sem parar? Desde o início da pandemia, o atual presidente deu declarações e se comportou com o intuito de convencer a população de que o vírus não representava uma ameaça, que os alertas eram exagerados e que cerca de 70% da população seria infectada.

“Obviamente, temos no momento uma crise, uma pequena crise. No meu entender, muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propala ou propaga pelo mundo todo”, disse Bolsonaro durante viagem a Miami, em 10 de março de 2020 (veja no vídeo acima).

Atenção para a data. Um dia depois, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a Covid-19 era uma pandemia, ou seja, uma epidemia em escala global. Mesmo desmentido pela maior autoridade de saúde do planeta, Bolsonaro continuou na sua propaganda negacionista.

Nas semanas seguintes, chamou a Covid-19 de “gripezinha”, disse que os alertas eram “histeria”, afirmou que os brasileiros deveriam enfrentar a doença “como homem”, repetiu que 60% ou 70% da população pegariam o vírus e, ao ser indagado sobre o crescente número de mortes, já no fim de abril, disse que nada faria: “E daí? Sou Messias, mas não faço milagres” (leia no quadro abaixo).

Ignorância não, política assassina

Passado mais de um ano do início da pandemia, está claro que Bolsonaro não agiu por ignorância ou por dificuldade de acreditar na ciência. Não. Seu negacionismo foi proposital, uma escolha deliberada, uma política de governo.

Estudo realizado pela Conectas, coordenado por professores da Universidade de São Paulo (USP), mostra como, à medida em que Bolsonaro dava suas declarações absurdas, o governo federal tomava medidas que dificultavam o controle do vírus.

“Os resultados afastam a persistente interpretação de que haveria incompetência e negligência da parte do governo federal na gestão da pandemia. Bem ao contrário, a sistematização de dados (…) revela o empenho e a eficiência da atuação da União em prol da ampla disseminação do vírus no território nacional, declaradamente com o objetivo de retomar a atividade econômica o mais rápido possível e a qualquer custo”, concluem os pesquisadores da USP.

Esse era o plano de Bolsonaro. Infectar o maior número possível de brasileiros, mesmo sabendo que isso significaria milhares e milhares e milhares de mortes. Sim, ele sabia, pois, já em maio de 2020, os cientistas alertavam que, se 70% dos brasileiros fossem infectados, o total de óbitos passaria de 1 milhão.

Mais que ignorância, o negacionismo de Bolsonaro foi uma forma de enganar os brasileiros e levar milhares de nós à morte. O negacionismo foi a arma de propaganda de um verdadeiro genocídio. O negacionismo foi um dos crimes de Bolsonaro. E a CPI da Covid tem a chance de mostrar isso aos brasileiros.

Da Redação

 

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