Partido dos Trabalhadores

Vale sabia que barragem era instável e colocou vidas em risco em Brumadinho

Para o deputado estadual André Quintão (PT-MG), relato da CPI que investiga o desastre ambiental, mineradora não fez nada para evitar as mortes mesmo sabendo dos riscos

Divulgação

André Quintão

A CPI da Barragem de Brumadinho ouviu, nesta segunda (15), funcionários de empresas terceirizadas que davam expediente na Mina do Córrego do Feijão. Os depoentes trabalhavam para a Reframax, Fugro In Situ Geotecnia e Alphageos Tecnologia Aplicada.

Para o relator da comissão e líder do Democracia e Luta, deputado estadual André Quintão (PT-MG) , as falas tornam ainda mais evidente a postura omissa da Vale, que sabia dos riscos corridos pelos profissionais que atuavam nas proximidades do empreendimento. Mesmo sabendo do iminente risco de rompimento, a mineradora nada fez para evitar o desastre.

André lembrou que a mineradora não tomou as devidas providências após o vazamento de água e lama do talude da barragem, em meados de 2018, o que inviabilizou a continuidade da instalação de drenos na estrutura. “A Vale sequer mudou de lugar o refeitório e as instalações administrativas, deixando centenas de pessoas à mercê da instabilidade da barragem”, condenou.

O relator criticou, ainda, a forma como a Vale lidou com as rotas de fuga, utilizadas por seus trabalhadores em caso de rompimento. André destacou que a empresa sabia que as pessoas teriam menos de um minuto para escapar da lama, mas omitiu a informação nos simulados e treinamentos promovidos.

O parlamentar classificou a rota de salvamento estabelecida pela mineradora como um “atestado de óbito coletivo”, impedindo que as pessoas pudessem tomar a decisão de permanecer, ou não, próximas à barragem. “Todos os depoimentos revelam o desconhecimento dos funcionários sobre a chegada da lama em 60 segundos. Foram feitas rotas de fuga que duravam 5, 8 ou 20 minutos, pois seria impossível o salvamento em menos de um minuto. Não por outro motivo, hoje convivemos com mais de 270 mortes”, comentou.

Por Assessoria do deputado André Quintão