A greve nacional de 72 horas dos petroleiros, iniciada nas primeiras horas desta quarta-feira (30), teve forte adesão da categoria nas refinarias e terminais em todo o País e parou, também, a plataforma da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Movimentos sociais também realizaram atividades em apoio aos petroleiros.
Como a Federação Única dos Petroleiros (FUP) já havia divulgado várias vezes, a greve é uma advertência à atual administração que implantou uma política equivocada de preços desde que o golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) assumiu o governo, após o golpe de Estado em 2016, e indicou Pedro Parente para gerir a Petrobras.
A categoria não se intimidou com a decisão do TST de criminalizar a greve e manteve as mobilizações pela redução dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha; pela manutenção dos empregos e retomada da produção interna de combustíveis; pelo fim das importações da gasolina e outros derivados de petróleo; contra as privatizações e desmonte do Sistema Petrobras; e pela demissão de Pedro Parente da presidência da empresa.
O coordenador da FUP, José Maria Rangel, ao responder às declarações de Parente, que acusou os petroleiros de realizarem uma greve política, enfatizou que desde o início da mobilização da categoria nas unidades da companhia, em abril deste ano, eles já tinham avisado que a greve não teria pautas trabalhistas, mas a defesa da Petrobras, do Brasil e dos brasileiros, que estão com os orçamentos tão comprometidos que trocaram o gás de cozinha por lenha, por exemplo.
“O fato de Pedro Parente estar destruindo a Petrobras é uma decisão política. Tudo em nossa vida gira em torno da política”, rebateu Rangel. “Nós sabemos o que está em jogo neste país. Nós não vamos impedir os petroleiros de entrarem para trabalhar porque eles não vão trabalhar, pois sabem o que está acontecendo dentro da Petrobras. Eles sabem que está em curso um processo de entrega do patrimônio público”, acrescentou.
Confira as atividades de paralisação pelo país:
Em São Paulo, as Refinarias de Paulínia (Replan) e Capuava (Recap) amanheceram paradas. Na Replan, no interior de São Paulo, a paralisação começou com a adesão de 100% dos trabalhadores do turno da noite e os ônibus que chegaram pela manhã estavam todos praticamente vazios.
Na Recap, em Mauá, região metropolitana de São Paulo, os petroleiros iniciaram o dia com os braços cruzados, dialogando sobre a pauta de reivindicações da categoria, que, entre outros pontos, pede a demissão imediata de Parente do comando da estatal.
Em Araucária, na região Metropolitana de Curitiba, à zero hora desta quarta-feira, horário marcado para iniciar a greve nacional dos petroleiros, cerca de 40 pessoas da comunidade local estiveram presentes em frente à Refinaria Getúlio Vargas (Repar) para se solidarizar à luta em defesa da Petrobras. A Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e a unidade de xisto do Paraná (SIX) também tiveram as atividades interrompidas. No terminal de Paranaguá, os trabalhadores e trabalhadoras aderiram.
Apesar da tentativa do governo de impedir a greve e calar os trabalhadores, os petroleiros de Minas Gerais mantiveram a paralisação na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim.
Em Florianópolis ocorreu ato unificado em apoio ao movimento dos petroleiros e dos caminhoneiros com a presença da CUT.
No Rio de Janeiro, na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), uma das mais complexas do Sistema Petrobras, os trabalhadores e trabalhadoras cruzaram os braços nesta quarta-feira, primeiro dia de greve. Segundo informações da FUP, na Bacia de Campos, petroleiros de diversas plataformas também aderiram à greve de advertência de 72 horas.
Em belo Horizonte também houve mobilização exigindo a saída de Pedro Parente da Petrobras e em defesa da estatal.
Na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, os trabalhadores e trabalhadoras também amanheceram paralisados.
Em Pernambuco, os petroleiros pararam a Refinaria Abreu e Lima e os trabalhadores do setor administrativo e do turno da manhã aderiram à paralisação, cruzaram os braços e se uniram em defesa da Petrobras.
Em Salvador, na Bahia, petroleiros paralisaram o prédio administrativo (Ediba) da Petrobras neste dia que ficará marcado como o Dia Nacional de Luta Pela Redução do Preço do Gás e do Combustível.
Em Aracaju, também teve adesão à Greve Dos Petroleiros e um ato em frente à Petrobras reuniu trabalhadores da categoria e militantes dos movimentos sociais em apoio à paralisação.
Em Fortaleza, no Ceará, a Refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Rubnor) amanheceu com as atividades paralisadas. Os movimentos sociais estiveram presente em frente à refinaria para apoiar os petroleiros em greve.
Em Auto do Rodrigues, no Rio Grande do Norte, petroleiros paralisaram a base da Petrobras pela redução do preço dos combustíveis e do gás de cozinha, combustível. Em Mossoró, assim como os petroleiros do Ativo Industrial de Guamaré e da Estação Coletora do Canto do Amaro, também teve adesão à greve.
No Espírito Santo, os trabalhadores e trabalhadoras das bases administrativas e operacionais de terminais e unidades de tratamento e processamento de gás natural (UPGNs e UTGCs) também aderiram à paralisação.
Em Santa Catarina, os trabalhadores do Edifício Administrativo da Transpetro de Joinville (Ediville) e dos terminais de Biguaçu (Teguaçu), São Francisco do Sul (Tefran) e de Itajaí (Tejaí) paralisaram as atividades e se deslocaram até o Terminal de Guaramirim (Temirim) para a realização de um ato conjunto na manhã desta quarta.
Em Manaus, os trabalhadores e trabalhadoras da Refinaria Isaac Sabbá (Reman) também cruzaram os braços nesta manhã no primeiro dia da greve dos petroleiros.
Na Transpetro, a greve atinge os terminais do Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, do Espírito Santo, do Amazonas, do Ceará, de Pernambuco, de Campos Elíseos (Duque de Caxias) e de Cabiúnas (Macaé).
Da redação da Agência PT, com informações da CUT