A candidatura de Luizianne Lins à prefeitura de Fortaleza realizou, na quinta-feira (18), um debate na Sede Estadual do PT sobre segurança pública. Entre os presentes estavam o candidato a vice-prefeito, Elmano de Freitas, e membros de movimentos sociais e da sociedade civil.
Elmano garantiu que a possível próxima gestão de Luizianne não vai tratar a questão da segurança com as ideias conservadoras e preconceituosas da direita tradicional.
“Há uma compreensão muito conservadora sobre o tema da segurança, que é tratar como uma forma de criminalizar determinados grupos estigmatizados e os movimentos sociais. Essa visão não dá resposta ao combate à violência nos grandes centros urbanos”, analisou Elmano.
De acordo com o candidato a vice, tanto a Polícia Militar quanto a Guarda Municipal não são a figuras centrais no que diz respeito ao combate à violência urbana.
“Não é diminuir o papel da polícia, que é muito importante. Mas são necessárias ações integradas”.
Para exemplificar, ele lembrou de uma pesquisa apresentada na Assembleia Legislativa do Ceará e expôs que 74% dos jovens mortos em ações criminosas estavam fora da escola, sem estudar. O relatório também aponta que 97% dos adolescentes assassinados em Fortaleza são homens e 65% são negros.
“Não queremos falar da pauta da violência como a direita deseja: aumento da militarização e criminalização dessa juventude”, garantiu Elmano.
A campanha de Luizianne está realizando uma série de debates sobre temas fundamentais à cidade, como educação, saúde, cultura, assistência social, Direitos Humanos, entre outros. A intenção é construir um programa de governo democrático e participativo.
Outras visões
No encontro, o ex-diretor da Guarda Municipal, Arimá Rocha, concordou com Elmano sobre a Guarda ser apenas mais um instrumento para combater a violência em Fortaleza.
“A Guarda é um instrumento importante, mas ela compõe todo o leito de outras secretarias e setores da sociedade que podem intervir para diminuir a violência”.
Para ele, a gestão anterior de Luizianne (2005-2012) ajudou a democratizar a instituição. “A gente estruturou a vinculação da instituição com os movimentos sociais e investiu na humanização da instituição”.
A militante do movimento negro Geyse Anne da Silva resumiu o desejo dos jovens da capital cearense: “A juventude de Fortaleza quer viver e ter direito a cidade”.
Por Bruno Hoffmann, de Fortaleza, para a Agência PT de Notícias