A Diretoria Executiva da Petrobras aprovou, na quarta-feira (17), por unanimidade, medidas iniciais para a revitalização e futura retomada das operações da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), subsidiária integral da companhia. Localizada em Araucária, a planta foi fechada em 2020 pelo governo Jair Bolsonaro, o que causou o desemprego de mil trabalhadores, sendo 400 empregados diretos e 600 indiretos.
“Ótima notícia!”, comemorou a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR). “Lutamos muito junto aos trabalhadores para reverter esse retrocesso e agora com Lula conseguimos concretizar. Essa conquista é importante não só para os trabalhadores, mas também para a soberania do país no setor de fertilizantes e, por consequência, de alimentos. Com Lula, continuamos avançando na reconstrução do Brasil e fortalecimento do Paraná”, afirmou (veja a postagem na íntegra).
Situada ao lado da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR), a Fafen-PR tem capacidade de produção de 720 mil toneladas/ano de ureia e 475 mil toneladas/ano de amônia, além de 450 mil m³/ano do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32), aditivo para veículos de grande porte que atua na redução de emissões atmosféricas.
Quando estava em operação, a unidade era responsável pela produção de 30% do mercado brasileiro de ureia e amônia e de 65% do ARLA 32, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
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A retomada das atividades da fábrica é fundamental para a soberania brasileira no setor de fertilizantes. O país é o quarto maior consumidor desses produtos no mundo e importa 85% do que utiliza.
A decisão da Diretoria Executiva está em sintonia com a revisão das diretrizes estratégicas da Petrobras aprovadas no ano passado, que preveem o retorno dos investimentos na produção de fertilizantes ao portfólio da companhia. Na primeira fase desta reentrada no setor, a estratégia tem sido reconfigurar e consolidar operações viáveis em ativos que já pertencem à estatal.
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Empregos
A diretoria da Petrobras aprovou também uma negociação com o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e os ex-empregados da Fafen-PR sobre os termos de sua contratação para retorno à fábrica.
Outra decisão do colegiado foi dar início aos trâmites para contratação de serviços de manutenção e materiais críticos relativos à retomada da planta industrial.
Tanto os acordos trabalhistas quanto a realização das licitações e contratações ficaram condicionados a uma nova deliberação da Diretoria Executiva, quando os procedimentos estiverem bem definidos.
Desmonte
A Fafen-PR, que operava desde 1982, entrou no plano de desinvestimento da Petrobras no governo Bolsonaro, tendo interrompido suas atividades em 2020. Com isso, o Brasil deixou de produzir por dia 2 mil toneladas de ureia e 1.300 toneladas de amônia.
Desde então, uma luta pela reativação da fábrica tem sido travada pela FUP e pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Por sua vez, a FUP disse que a decisão da Petrobras é “importante marco para a volta da empresa ao setor e vai ao encontro da luta da categoria petroleira e petroquímica em defesa da reabertura da Fafen-PR”.
A entidade explica que o processo de retomada das operações da planta industrial exige a recontratação dos empregados demitidos e mão de obra especializada, necessária para acompanhar as intervenções prévias para o início de obras, como editais e minutas de contratos de serviços de fornecimento e manutenção de materiais.
“Pretendemos concluir na próxima semana uma proposta de acordo em relação aos salários e direitos dos trabalhadores, para que sejam contratados e recontratados em tempo hábil e as atividades dessas pessoas importantes para a adequação da Fafen-PR sejam iniciadas antes do limite de tempo por conta das eleições de 2024, conforme determina a lei”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Outras decisões
A Diretoria Executiva da Petrobras também recomendou que a Fafen-PR realize trabalhos de campo, buscando a otimização do escopo da parada programada e avaliação da integridade dos equipamentos.
A partir da próxima semana, várias áreas técnicas e administrativas da Petrobras continuarão trabalhando em análises, consultas e recomendações internas com vistas a prover todas as condições para as próximas deliberações a respeito da retomada das operações da fábrica.
A Diretoria de Processos industriais já iniciou os estudos para reativar a unidade de produção de ARLA 32 e o trading de fertilizantes nitrogenados, ureia pecuária e industrial, com vistas a voltar ao mercado e se antecipar ao início da produção.
Da Redação