Erros de comunicação, gafes em coletivas de imprensa, anúncios de medidas impopulares, recuos para conter a crise. Estes foram alguns dos pontos indicados pelo jornal estadunidense The Washington Post como as principais marcas das primeiras duas semanas do governo autoritário de Jair Bolsonaro.
“Poucos dias depois de ser eleito, Jair Bolsonaro anunciou um aumento de impostos, apenas para que seu chefe de equipe dissesse horas depois que o chefe “estava errado” (…) O ex-capitão do Exército também disse que estaria aberto a colocar uma base norte-americana em seu país, mas líderes militares rapidamente esmagaram a ideia (…) E no dia seguinte ao início do governo anunciaram planos para abolir um programa de reforma agrária, as autoridades disseram que ele permaneceria intacto”, recordou o jornal, citando algumas das decisões do governo que, diante da repercussão, foram deixadas de lado logo em seguida.
O jornal também falou com alguns especialistas brasileiros para tentar entender tamanha demonstração de despreparo. “Ele nunca esteve no executivo, seu partido é totalmente novo em altos cargos e poucos membros de seu gabinete têm experiência”, disse Carlos Melo, professor de ciência política da Universidade Insper em São Paulo. “Parece que eles estão paralisados pelo quão complexo é o estado do Brasil e também por divergências internas.”
Em outro trecho da reportagem, o jornal afirma que “Bolsonaro correu numa plataforma que misturava ideias pró-armas, anticorrupção e favoráveis ao mercado. Apesar de ter dois meses após a eleição em outubro para se preparar antes de assumir o cargo, a administração não está funcionando.”
A justificativa, prossegue a publicação, é a falta de um plano coeso que está colocando em xeque o compromisso de Bolsonaro e sua capacidade de cumprir as promessas. Como se vê, mais um vexame internacional para a conta do presidente autoritário.
Da Redação da Agência PT de Notícias