“Não é novidade nenhuma. Sabe quem está ganhando dinheiro no Brasil? Os bancos! Os 4 maiores bancos do Brasil tiveram um lucro de R$ 28 bilhões. No segundo semestre, eles tiveram um aumento de 13% nos lucros, em relação ao ano passado.”, denunciou em vídeo nas redes sociais o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP).
Ele tem razão. O lucro combinado de R$ 27,622 bilhões dos 4 maiores bancos brasileiros de capital aberto (Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander), no segundo trimestre deste ano, não apenas destaca a voracidade do capital financeiro, mas também evidencia as desigualdades estruturais no país.
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Ao mesmo tempo em que fazem pressão para mais cortes no orçamento federal, além dos R$ 15 bilhões já anunciados, esses gigantes recolhem cifras astronômicas. Em 2023, as instituições já haviam registrado rendimentos combinados de R$ 145 bilhões. Em 2024, as cifras continuam a crescer, reforçando a disparidade entre os interesses do mercado financeiro e as necessidades da população.
Cara de pau
“Isso é um verdadeiro absurdo. E tudo isso passa debaixo do nariz do presidente do Banco Central, que é a entidade que deveria regular os bancos no país. Pois bem, esse monopólio de 4 bancos nunca foi combatido pelo senhor Campos Neto, que teve a cara de pau de vir aqui na Câmara ontem para justificar a sua política de juros altos.”, prossegue Zarattini.
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A conivência do Bacen, sob a gestão de Campos Neto, com o apetite voraz dos bancos, é um dos principais freios ao desenvolvimento o país. A manutenção da taxa Selic em patamares elevados, atualmente em 10,50%, alimenta o lucro dessas instituições e de rentistas, enquanto sufoca a economia. Isso contribui para a perpetuação de um sistema que beneficia poucos à custa de muitos.
Mais recursos para juros que para programas sociais
“Juros altos aumentam a dívida do Brasil, uma dívida cada vez maior. (São) R$ 835 bilhões de reais de pagamento de juros. Mais (dinheiro) que o SUS, mais que a educação, mais que o Bolsa Família.”, continua o deputado federal, no vídeo.
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A verdade é que o pagamento de juros da dívida pública drena recursos que poderiam ser destinados a programas sociais. É um dinheiro jogado fora. Ao invés de ser investido no desenvolvimento do país e na melhoria das condições de vida da população, esse montante acaba nas mesmas mãos de sempre, perpetuando um ciclo de pobreza e desigualdade, que precisa ser quebrado para que o país cresça de forma sustentável e justa.
Por um Banco Central que trabalhe pelo povo
“Nós precisamos mudar isso. A nossa esperança é que Campos Neto caia fora do Banco Central no final do ano e a gente possa ter uma gestão que faça política econômica junto com o Ministério da Fazenda, com o objetivo de desenvolver o país, de distribuir renda, de garantir uma vida melhor para o povo brasileiro.”, encerrou Carlos Zarattini, expressando o desejo – e a necessidade – de termos um Bacen que trabalhe verdadeiramente pelo país.
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A substituição de Campos Neto no comando do Banco Central é uma esperança de mudança em direção a um Brasil mais justo e próspero. Uma nova gestão conectada aos objetivos da nação pode ajudar a criar melhores condições para implementar políticas econômicas voltadas para o desenvolvimento do país, a distribuição de renda e a melhoria da vida da população.
Da Redação