Partido dos Trabalhadores

500 dias depois de escândalo, MP pede quebra de sigilo de Flávio Bolsonaro

Cadê Queiroz? Ex-motorista de Flávio Bolsonaro está em ‘local incerto’ desde o início do ano e não entregou a lista de funcionários que prometeu ao Ministério Público-RJ

Reprodução

Já se passaram 500 dias desde que o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação atípica de R$1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). A investigação anda a passos lentos.

De acordo com a Folha de S. Paulo, havia expectativa por parte de integrantes do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) que fosse expedido mandado de prisão de Queiroz, já que ele está em ‘local incerto’ desde o início do ano e não apresentou a lista de funcionários que prometeu ao MP-RJ. Mas não foi o que aconteceu.

Agora, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) autorizou a quebra de sigilo do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e de Queiroz. De acordo com reportagem do O Globo, o pedido foi feito pelo MP-RJ e autorizado no dia 24 de abril.

A quebra de sigilo se estende para mais 88 ex-funcionários do gabinete de Flávio, incluindo sua companheira, Fernanda Bolsonaro, a empresa dos dois, Bolsotini Chocolates e Café Ltda, as duas filhas de Queiroz, Nathalia e Evelyn, e a esposa do ex-assessor, Marcia. A quebra de sigilo bancário abarca o período de janeiro de 2007 a dezembro de 2018.

Entre os funcionários listados na quebra de sigilo também estão Danielle Nóbrega e Raimunda Magalhães, irmã e mãe do ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como o homem-forte do Escritório do Crime, milícia do Rio de Janeiro. Segundo reportagem do O Globo, o ex-policial que está foragido já foi até mesmo homenageado por Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Mais um indício que sugere o envolvimento da família Bolsonaro com a milícia carioca.

Investigação é arbitrária

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), lembrou da perseguição judicial que o ex-presidente Lula sofre. “Vamos ver se as investigações contra Flávio Bolsonaro seguirão o padrão contra o PT e Lula”, ironizou a parlamentar.

“Finalmente a investigação envolvendo Flavio Bolsonaro e seu ex-assessor Fabrício Queiroz, ligado a milicianos no Rio, começa a andar. Um dia antes da decisão do MP sobre a quebra de sigilo, o filho de Bolsonaro tentou se esquivar tentando desqualificar as investigações. Não tem desculpa, esperamos que essa apuração vá até o fim”, acrescentou a presidenta do PT.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do O Globo Folha de S. Paulo