Imagine uma nação em que, sob o falso pretexto de salvar a humanidade e seguir o que manda supostos preceitos divinos, todas as mulheres fossem obrigadas a se submeter aos caprichos dos homens – mesmo que isso signifique ser vítima constante de abusos, violências, opressões, mortes.
Embora tenha trama ainda mais complexa, a premiada série Handmaid’s Tale é tida por muitos como um prenúncio do que pode acontecer caso o machismo e a misoginia sejam institucionalizados pela política – qualquer semelhança com o que se passa no Brasil não é mera coincidência.
A preocupação é tamanha que a atriz Madeline Brewer, que faz a personagem Janine na série distópica, também resolveu aderir à campanha criada por mulheres brasileiras em repúdio ao autoritarismo e ao preconceito defendidos pelo candidato à Presidência do PSL. Ela usou o #EleNão para compartilhar texto do New York Times cujo tema é justamente a ameaça da volta “dos dias sombrios” ao País.
Engajada nas pautas feministas, Madeline tem na trajetória de sua Janine a prova de que ser mulher no mundo do patriarcado exige vencer uma guerra todos os dias.
Na música
A atriz de Handmaid’s Tale não foi a única voz de peso internacional a se manifestar contra o candidato da extrema direita e a usar a hashtag que já conta com milhares de menções nas redes sociais – somente no Instagram ela aparece em mais de 200 mil publicações.
Dan Reynolds, vocalista da banda de pop rock norte-americana Imagine Dragons, preferiu estampar a frase na camiseta antes de subir o palco em Las Vegas (EUA) nos Estados Unidos. O artista já havia tuitado contra o candidato do PSL, também ao compartilhar o texto do NY Times. “Isso não representa o Brasil que eu conheço e amo”, escreveu o artista, que esteve por aqui em março e fez um dos shows mais concorridos do Lollapalooza Brasil.
Na imprensa
Com o título “Por que as mulheres brasileiras estão dizendo #EleNão”, a britânica BBC trata em seu portal do uso da hashtag, que desde a sexta-feira 21 também passou a ter uma versão em inglês – #NotHim. Na reportagem, a BBC afirma que milhões de mulheres no Brasil declararam uma “guerra online” contra Bolsonaro, conhecido por fazer comentários ofensivos sobre mulheres, negros e minorias, com um grupo no Facebook com mais de 2,5 milhões de mulheres e a adesão em peso de anônimas e famosas à hashtag.
Da Redação da Agência PT com informações da Carta Capital