Até ‘The Economist’ alerta: Bolsonaro é ameaça à democracia

Revista expõe ao mundo fatos já sabidos pelos brasileiros: o candidato é machista, racista, homofóbico, autoritário e tenta emplacar medidas antipovo

ABr/Reprodução

Em momento crucial para o futuro Brasil, a eleição de Bolsonaro pode colocar tudo a perder. O alerta não é de nenhum veículo ligado à esquerda, mas da “The Economist”, revista prestigiada pelo mercado financeiro e a elite empresarial do mundo todo.

O candidato do PSL foi tema de capa da edição mais recente da revista como “a mais nova ameaça da América Latina”. O texto expõe ao mundo fatos já conhecidos pela maioria dos eleitores no Brasil: Bolsonaro é machista, racista, homofóbico e flerta perigosamente com regimes ditatoriais.

E justifica porque ele não é nem de longe preparado para lidar com os problemas do país. O cenário de crise econômica, contas públicas sob tensão e aumento da violência pode se tornar ainda mais dramático caso ele seja eleito. “Bolsonaro, cujo nome do meio é Messias, promete salvação; na verdade, ele é uma ameaça ao Brasil e à América Latina.”

A revista também aponta que o projeto de Bolsonaro traz uma combinação aos moldes da ditadura de Pinochet no Chile: na politica um regime ditatorial e na economia ultraliberalismo com destruição das garantias sociais e privatização radical. Ou seja, Pinochet no comando da repressão e os Chicago Boys na economia.

Embora preveja que o candidato do PSL “não seja capaz de converter seu populismo em ditadura ao estilo de Pinochet”, a publicação lembra que a democracia brasileira é ainda muito jovem e “até mesmo um flerte com autoritarismo é preocupante”. Tanbém pede que os brasileiros não caiam “nas promessas vãs de um político perigoso” e entendam que a solução para os problemas do país não são fáceis, nem rápidas e, por fim, que “o senhor Bolsonaro” não é o homem que as fornece.

Ditatorial e antipovo

De um lado, um chefe do executivo autoritário, reacionário e populista, de outro, uma política econômica ultraliberal e antipovo sob a figura de Paulo Guedes, que se formou em Chicago, templo do neoliberalismo. E trabalhou e estudou no país latino sob o regime de Pinochet.

Guedes quer acabar com a Previdência Social, transformando-a em um regime de capitalização. No Chile, essa mudança fez com que 90% dos aposentados vivam hoje com metade de um salário mínimo. Ele também defende a volta da CPMF, o imposto sobre transações bancárias extinto em 2007, e que as questões em saúde, educação sejam solucionados oferecendo vouchers à população (embora não diga quantos).

Outra proposta é a alíquota única de 20% do Imposto de Renda para quem recebe a partir de 1900 reais mensais, aventada por Guedes à imprensa. Ganhe-se 2 mil ou 20 mil reais por mês, o total da renda destinado aos impostos seria o mesmo, corroendo o orçamento das famílias mais pobres e aprofundando o apartheid social no país. Quem ganha menos, pagará mais.

O professor da Unicamp Reginaldo Moraes, doutor em Ciência Política, considera esta a proposta econômica mais preocupante. “Além de empobrecer o povo e aumentar a desigualdade social, diminuiria consideravelmente a arrecadação do governo. Tanto é que essa ideia não existe em nenhum lugar do mundo. Parece que ele está se esforçando para perder a eleição”, diz.

Sem esses regimes ditatoriais dos anos 70 e 80, diz, seria quase impossível aplicar esse receituário neoliberal. “O que eles chamavam de ‘liberalizar’ o emprego era na verdade destruir sindicatos e negociações coletivas. Liberalizava só para o patrão”, completa.

Da Redação, da Agência PT de Notícias

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