Jair Bolsonaro presta depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira (5), em Brasília. Precisa explicar por que decidiu se apossar ilegalmente de joias dadas pelo governo da Arábia Saudita quando ele era presidente.
Até agora, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, sabe-se de três pacotes de joias, que juntas são avaliadas em mais de R$ 17 milhões. De dois pacotes, Bolsonaro conseguiu se apossar. O terceiro foi retido pela Receita Federal quando um de seus assessores tentava passar pela alfândega, e há diversas provas de que o ex-capitão fez de tudo para recuperá-lo.
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, explicou no programa Roda Viva, da TV Cultura, que Bolsonaro é suspeito de peculato, ou seja, quando um servidor público se aproveita do cargo para se apropriar de bens indevidamente. Na linguagem popular, é roubo mesmo.
Este, no entanto, está longe de ser o único crime do qual Jair Bolsonaro é suspeito e que ainda deverá explicar à Justiça. Basta lembrar que, quando era presidente, foi incluído em inquéritos abertos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre interferência na Polícia Federal, prevaricação, fake news e ataques à democracia.
Além disso, a CPI da Covid pediu seu indiciamento por 12 crimes, incluindo crimes contra a humanidade. E nem mencionamos ainda os claros casos de rachadinha envolvendo ele e seus filhos, a evidente ligação com milicianos, os repetidos ataques a mulheres e minorias e os vários escândalos de corrupção em seu governo.
Como diz a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, está chegando a hora de Bolsonaro ser confrontado pela verdade (assista vídeo abaixo).
Veja abaixo a longa lista de atrocidades cometidas por Bolsonaro:
1. Levou 700 mil brasileiros à morte por Covid-19
De tudo que Bolsonaro fez na vida, sem dúvida alguma nada se compara aos crimes que cometeu ao longo da pandemia e que levaram o Brasil a registrar mais de 10% das mortes por Covid-19 no mundo, mesmo tendo menos de 3% da população global.
No cargo de presidente, Bolsonaro sabotou a vacinação, mentiu para a população sobre a gravidade da doença, impediu uma resposta coordenada à crise, zombou das pessoas com falta de ar.
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Quando terminou seus trabalhos, a CPI da Covid identificou 12 crimes cometidos por Bolsonaro, incluindo três tipos de crime contra a humanidade: extermínio, perseguição e atos desumanos que causem sofrimento intencional.
Além disso, o STF o incluiu em dois inquéritos: um que investiga se ele prevaricou, ou seja, nnao cumpriu com suas funções após receber denúncias de corrupção envolvendo a compra de vacinas, e outro sobre sua fala que relacionou a vacina contra a Covid ao vírus HIV.
2. Atentou contra a democracia
Bolsonaro é atualmente investigado em um inquérito do TSE aberto após ele convocar embaixadores de diversos países para uma reunião na qual espalhou uma série de mentiras sobre o sistema eleitoral brasileiro.
A esse inquérito, que pode torná-lo inelegível, foram incluídas as evidências de que Bolsonaro e seus assessores tramaram contra as eleições, incluindo uma minuta que previa um golpe de Estado encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Além disso, Bolsonaro já foi incluído em três inquéritos abertos pelo STF sobre o tema. No último deles, a Corte aceitou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que ele seja investigado por incentivar a realização dos atos terroristas de 8 de janeiro.
3. Interferiu de forma ilegal na Polícia Federal
Também quando era presidente, Bolsonaro passou a ser investigado no STF por interferir na Polícia Federal para proteger os filhos. Em uma reunião ministerial, Bolsonaro disse claramente: “Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meus, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira”.
4. Enriqueceu com rachadinhas
Sobram evidências de que Bolsonaro e seus filhos usaram seus mandatos como parlamentares para ganhar dinheiro por meio de rachadinhas.
O caso mais conhecido é o de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj que fez movimentações suspeitas na ordem de R$ 1,2 milhão, incluindo cheques para a primeira dama, Michele Bolsonaro. Foi Bolsonaro quem indicou Queiroz, um antigo amigo, para trabalhar no gabinete de Flávio.
Mas existem muitos outros ex-assessores envolvidos nesse esquema, sendo que alguns passaram pelos gabinetes de mais de um membro da família Bolsonaro. Uma dessas pessoas é Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Bolsonaro que foi flagrada em áudio contando que o atual presidente demitiu um assessor “porque ele nunca me devolve o dinheiro certo” (ouça no vídeo abaixo).
Não é à toa que a família Bolsonaro hoje ostenta mansões e ainda costuma comprar imóveis em dinheiro vivo.
5. Mantém longa relação com milícias
O caso Queiroz serviu ainda para deixar mais clara a ligação da família Bolsonaro com as milícias que atuam no Rio de Janeiro. O gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, que era comandado por Queiroz, empregava Danielle Mendonça Costa da Nóbrega, esposa de Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope conhecido como Capitão Adriano e apontado como o chefe de uma quadrilha de milicianos, o chamado “Escritório do Crime”.
6. Agrediu e atacou mulheres
A lista de crimes de Bolsonaro inclui ainda uma série de ataques contra mulheres, incluindo murro na cabeça de uma adversária eleitoral, ameaças de morte denunciadas por uma ex-esposa e declarações abjetas, como a de que, certa vez, “pintou um clima” entre ele e meninas de 14 anos.
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7. Atacou a população indígena
A eleição de Lula serviu para colocar fim ao martírio do povo Yanomami, claramente perseguido pelo governo Bolsonaro em favor do desmatamento e do garimpo ilegal.
Para o Conselho Indígena de Roraima, há evidências suficientes para julgá-lo por genocídio. “Há relatos, documentos e registros oficiais de que estava em curso um projeto de extermínio dos povos indígenas no Brasil, principalmente na Terra Indígena Yanomami”, disse o assessor jurídico do CIR, Ivo Macuxi, ao site Brasil de Fato.
Da Redação