Partido dos Trabalhadores

Bolsonaro e Temer: “patriota” ajudou golpista a entregar o país

Candidato do PSL, que diz defender “Brasil acima de tudo”, sempre se mostrou contrário aos direitos dos brasileiros e favorável ao imperialismo dos EUA

Bolsonaro bate continência à bandeira dos EUA

Outubro de 2017. Miami (EUA), o reduto por excelência da elite brasileira. Na plateia, empresários que cultivam declarado desprezo por direitos trabalhistas. No palco, o deputado federal Jair Bolsonaro. O discurso é confuso. Ao mesmo tempo em que diz defender a soberania do Brasil, o parlamentar mostra que o seu patriotismo não passa da primeira página ao curvar-se à política imperialista e, aos gritos de “USA, USA, USA”, bater continência à bandeira norte-americana.

A cena ilustra com precisão as contradições do candidato à Presidência da extrema-direita e do PSL, cujo lema de campanha é “Brasil acima de Tudo. Deus acima de Todos”, mas cuja atuação parlamentar tem sistematicamente prejudicado a população brasileira. Não à toa, o partido do deputado conseguiu a façanha de ser mais fiel às políticas entreguistas do golpista Michel Temer do que o próprio MDB, legenda do presidente ilegítimo.

Em julho deste ano, por exemplo, a consultoria Arko Advice divulgou relatório em que analisa 107 votações realizadas no primeiro semestre na Câmara. O PSL, que tem oito deputados, teve  taxa de fidelidade ao governo de 67,73%, enquanto que o MDB de Temer, que tem 51 deputados, registrou 64,34%. Como se vê, nem mesmo os agentes do golpe são tão favoráveis às propostas do partido quanto o time de Bolsonaro.

Reforma trabalhista

Naquele mesmo encontro em Miami, além de prometer privatizar a grande maioria das empresas estatais do país, acabar com a CLT e reduzir ainda mais os impostos para empresários, Bolsonaro fez questão de defender a reforma trabalhista que ajudou a aprovar – e que retirou uma série de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros.  “O trabalhador vai ter que decidir: menos direito e emprego ou todos os direitos e desemprego”, declarou – a frase foi repetida durante sabatina no Jornal Nacional.

Não custa lembrar que a nova legislação trabalhista, que entrou em vigor em novembro de 2017, foi rejeitada na época por 81% dos brasileiros. Deste montante,  67%, considera que a “reforma” só é boa para os patrões e outros 15%, que não é boa para ninguém.

Na campanha em andamento, o candidato  sequer trata do tema. E, ao levar em conta o que tem dito seu vice Hamilton Mourão, a situação só tende a piorar. Na semana passada, ele reiterou o que vem dizendo ao chamar o 13º salário de “uma mochila nas costas dos empresários”.

PEC do fim do mundo

Antes mesmo de a reforma trabalhista tornar ainda mais aguda a submissão da classe trabalhadora aos interesses dos patrões, Bolsonaro já havia mostrado de que lado estava. Em 2016, embora tenha prometido aos seus eleitores que votaria contra a PEC 241 – conhecida PEC do Fim do Mundo, acabou sendo favorável à emenda de Temer que congelou os investimentos do governo em saúde, educação, moradia, entre outras por 20 anos.

Na época, o extremista usou sua conta oficial no Facebook para tentar acalmar os ânimos dos seus súditos. Na justificativa, disse que é “tudo culpa do PT” sem dizer quais seriam as vantagens em cortar os investimentos em áreas essenciais para a população.

Petrobras

Em agosto último, Bolsonaro mostrou que pretende levar adiante outro antigo desejo do governo golpista: privatizar a Petrobras. “Se não tiver uma solução, eu sugiro a privatização da Petrobras. Acaba com esse monopólio estatal. Esse é o recado que eu dou para o pessoal da Petrobras”, afirmou.

É importante lembrar que mais da metade dos brasileiros (55%) é contra a privatização da Petrobras, segundo pesquisa do Datafolha divulgada no início deste ano. Uma parcela ainda maior (74%) acha que a petroleira não deve ser vendida a estrangeiros.

Terceirização

Sob a tutela de Rodrigo Maia (DEM-RJ), a Câmara dos Deputados aprovou em março deste ano o projeto de lei que regulamenta a terceirização no Brasil, permitindo que ela seja praticada na atividade-meio e na atividade-fim. A proposta de Temer, para variar,  teve o apoio de Bolsonaro. Desta vez, de maneira um pouco menos óbvia. Para evitar as críticas, o parlamentar preferiu se abster.

Depois, justificou que “se tivesse votado não ou sim teria uma enxurrada de crítica”. E ainda ameaçou o próprio eleitorado. “Quem não quiser votar em mim por causa vá votar em outro candidato”, declarou.

Veja o candidato se curvando aos norte-americanos:

Da Redação da Agência PT de Notícias