A falta de vergonha na cara de Jair Bolsonaro não surpreende mais ninguém. Ainda mais porque ela só aumenta à medida em que a eleição se aproxima. Mesmo assim, é nosso dever denunciá-la.
Reparem em um trecho do programa eleitoral que o ex-capitão levou ao ar na quinta-feira (22): “Com o programa Alimenta Brasil, Bolsonaro vai comprar alimentos da agricultura familiar e distribuir. Assim, combatemos a fome de verdade, porque a comida vai chegar na mesa de todo mundo que precisa”.
Gostou da ideia? A gente também. Só que ela é do Lula, que começou a fazer isso em 2003. Daí, Bolsonaro virou presidente, abandou essa política, deixou a fome voltar e, agora, aparece com essa lorota.
O que Lula fez?
Vamos relembrar a verdade? Em 2003, no seu primeiro ano de governo, Lula lançou o PAA, ou Programa de Aquisição de Alimentos. Por meio dele, o governo comprava alimentos da agricultura familiar para distribuí-los nas periferias e locais ameaçados pela fome.
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Depois, o PAA inspirou outras iniciativas, como a compra dos alimentos para a merenda escolar. E isso foi ótimo para todo o país. Porque os agricultores familiares se fortaleceram e passaram a produzir mais alimentos não só para o governo, mas também para o mercado interno.
Mais alimentos sendo produzidos, o preço caiu. E é por isso que o povo conseguia encher o carrinho de supermercado nos tempos de Lula e Dilma.
O que Bolsonaro fez?
E o que fez Bolsonaro? Praticamente abandonou o PAA. Para se ter uma ideia, em 2012, o programa contou com R$ 840 milhões. Em 2020, segundo ano de Bolsonaro, esse valor já tinha caído para menos de R$ 60 milhões.
Isso fez a produção de alimentos desabar e os preços dispararem. Por culpa de Bolsonaro, que, no passado resolveu mudar o nome do PAA para Alimenta Brasil. E é esse Alimenta Brasil que ele promete, agora, usar para combater a fome e ajudar a agricultura familiar.
Então? É ou não é muita cara de pau?
Da Redação